Terreiro de Umbanda Vovó Catarina

Terreiro de Umbanda Vovó Catarina
Terreiro de Umbanda Vovó Catarina

sexta-feira, 23 de setembro de 2016

Obsessão e vampirismo como se proteger!


Muito se fala em obsessão! Alguns autores a colocam como “mal do século”, mas o que é afinal uma obsessão?

De forma bem objetiva; obsessão é uma ação insistente, sempre de cunho negativo e nefasto que um espírito investe a outrem. Existem tipos diferentes de obsessão, mas neste primeiro momento não me aprofundarei nesse tocante. Assim como tipos diferentes, há intensidades e níveis diferentes também de processos obsessivos, podendo em casos graves, levar uma pessoa a morte.

Como sabemos que estamos sofrendo obsessão? Somente uma avaliação de um médium competente ou de uma entidade para atestar tal estado, mas há sintomas que podem indicar más companhias espirituais se não sofrem fruto de desarranjos patológicos.

Estados depressivos

Distúrbios do sono; ausência ou excesso.
Apatia, desânimo, falta de vontade, anemia, fraqueza generalizada (pode indicar vampirismo)
Estados de irritabilidade exacerbada, crises de fúria sem causas aparentes
Vontade de chorar sem motivos, pensamentos repentinos estranhos a pessoa, tristezas, medos e fobias. Tais sintomas podem ser interpretados como crises de pânico.
Nada dá certo, caminhos fechados, brigas e perdas
Doenças que a medicina não consegue diagnosticar
Sensações de presenças invisíveis, vontade súbita de escrever ou falar sobre assuntos alheios ao indivíduo.
Distúrbios com álcool, drogas ou algum tipo de entorpecentes, ou sexualidade desregrada.
Formigamento nas mãos ou outras extremidades do corpo
Sensações de inflar, como se o corpo estivesse pulsando. Também pode ser apenas na cabeça, pernas e pés.

Vale lembrar que estes sintomas associados e não isolados, pode indicar ação negativa espiritual. E não podemos deixar de mencionar que certos comportamentos como o uso de drogas, álcool em demasia, ninfomania, depressão, pode atrair obsessores de mesmo padrão energético que irá solver a energia dos elementos junto com o indivíduo. Nosso estado mental é um fator muito determinante para as companhias que teremos pelo caminho.

Vampirismo – é um tipo de obsessão onde o espírito se adere ao nosso corpo astral para sugar nossas energias para si. E as sensações são as já citadas; cansaço, prostração, anemias, desânimo.

Mas lembre-se que somente uma entidade ou/e num centro é que se pode avaliar o quadro obsessivo de uma pessoa. Se você sente pelo menos, mais de 3 sintomas desses, é aconselhável procurar uma casa para uma consulta. Além disso, os sintomas também podem indicar afloramento mediúnico. Quando estamos com a mediunidade em pleno desabrochar, é como se abríssemos uma porteira larga que atrai muitos vampiros, sofredores e espíritos perdidos que são atraídos pelo magnetismo em demasia que emanamos.  Então é preciso cuidar. Além disso, existe o contrário; casos de obsessão podem passar como afloramento mediúnico , quando na verdade, basta tratar as causas e os sintomas desaparecem. 

quarta-feira, 14 de setembro de 2016

Eclosão da Mediunidade e Síndrome da Mediunidade Reprimida

   


A mediunidade, sendo uma faculdade natural, eclode ou surge na época apropriada, definida no planejamento reencarnatório do indivíduo.  Natural, aparece espontaneamente, mediante constrição segura, na qual os desencarnados de tal ou qual estágio evolutivo convocam à necessária observância de suas leis, conduzindo o instrumento mediúnico a precioso labor por cujos serviços adquire vasto patrimônio de equilíbrio e iluminação, resgatando, simultaneamente, os compromissos negativos a que se encontre enleado desde vidas anteriores. 

Outras vezes surge como impositivo provacional mediante o qual é possível mais ampla libertação do próprio médium, que, em dilatando o exercício da nobilitação a que se dedica, granjeia consideração e títulos de benemerência que lhe conferem paz. Sem dúvida, poderoso instrumento pode converter-se em lamentável fator de perturbação, tendo em vista o nível espiritual e moral daquele que se encontra investido de tal recurso. A eclosão mediúnica pode, então,  ocorrer sob duas formas

      Ao analisar as condições de surgimento da mediunidade no ser humano, podemos afirmar que ela aparece e se desenvolve de forma cíclica, ou seja, processa-se por etapas sucessivas, em forma de espiral.

   As crianças a possuem, por assim dizer, à flor da pele, mas resguardadas pela influência benéfica e controladora dos Espíritos protetores, que as religiões chamam de anjos da guarda, nessa fase infantil as manifestações mediúnica são mais de caráter anímicos; a criança projeta a sua alma nas coisas e nos serem que a rodeiam, recebe as intuições orientadoras dos seus protetores, às vezes vê e denuncia a presença de Espíritos e não raro transmite avisos e recados dos Espíritos aos familiares, de maneira positiva e direta ou de maneira simbólica e indireta. Independente da persistência do fenômeno mediúnico, a criança deve ser encaminhada à Evangelização Espírita ,para ser auxiliada mais efetivamente o crescimento, a criança vai-se desligando cada vez mais do mundo espiritual, passando a se envolver com as ocorrências do plano físico e, em conseqüência, as manifestações mediúnicas vão-se escasseando. Fecha-se o primeiro ciclo mediúnico. Considera-se então que a criança não tem mediunidade, a fase anterior é levada à conta da imaginação e da fabulação infantis É geralmente na adolescência, a partir dos doze ou treze anos, que se inicia o segundo ciclo. No primeiro ciclo só se deve intervir no processo mediúnico com preces e passes, para abrandar as excitações naturais da criança, quase sempre carregadas de reminiscências estranhas do passado carnal ou espiritual. Na adolescência o seu corpo já amadureceu o suficiente para que as manifestações mediúnicas se tornem mais intensas e positivas. É tempo de encaminhá-la com informações mais precisas sobre o problema mediúnico. O passe, a prece, as reuniões de estudo doutrinário são meios de auxiliar o processo  (da eclosão da mediunidade), sem forçá-la, dando-lhe orientação necessária. O terceiro ciclo ocorre geralmente na passagem da adolescência para a juventude, entre os dezoito e vinte e cinco anos. É tempo, nessa fase, dos estudos sérios do Espiritismo e da Mediunidade, bem como da prática mediúnica livre, nos centros e grupos espíritas Há ainda o quarto ciclo, correspondente a mediunidade que só aparecem após a maturidade, na velhice ou na sua aproximação. Trata-se de manifestações que se tornam possíveis devido às condições da idade: enfraquecimento físico, permitindo mais fácil expansão das energias perispiríticas; maior introversão da mente, com a diminuição de atividades da vida prática, estado de apatia neuropsíquica, provocado pelas mudanças orgânicas do envelhecimento. Esse tipo de mediunidade tardia tem pouca duração, constituindo uma espécie de preparação mediúnica para a morte. Restringe-se a fenômenos de vidência, comunicação oral, intuição, percepção extra-sensorial e psicografia .É muito comum, nos momentos próximos à desencarnação, a ampliação das faculdades mediúnicas, sobretudo pela percepção de entidades espirituais. Podem ser momentos de grande beleza e alegria, se o Espírito cultivou o bem, ao longo da encarnação. Pode, no entanto, representar sofrimento para a criatura que não soube conquistar valores positivos, durante a experiência terrestre. O momento da eclosão da faculdade mediúnica no Espírito encarnado é de fundamental importância, uma vez que essa faculdade poderá proporcionar benefícios ao próprio encarnado e ao próximo, saem orientada e amparada fraternalmente. Deve-se considerar, no entanto, que nem sempre a pessoa é convenientemente assistida logo que desabrocham suas faculdades mediúnicas; seja por ignorância a respeito do assunto, o que é mais comum, seja por desinteresse ou desatenção dos familiares ou dos amigos. O certo é que, no inicio do seu desenvolvimento, os médiuns enfrentam muitos conflitos. Às vezes, não têm o menor esclarecimento da doutrina e nunca sequer transpuseram as portas de um Centro Espírita. Depois de tentarem solucionar os seus problemas pelos métodos convencionais (médicos, psicólogos) eis que recorrem, em última instância ao Espiritismo. Quando acontece assim, esses irmãos chegam completamente desnorteados à Casa Espírita, ainda sob o guante dos preconceitos religiosos que alimentaram por muito tempo. Devidamente orientados para um tratamento espiritual através de passes e reuniões de estudos evangélicos, revelam-se incrédulos, exigindo que o Espiritismo lhes resolva as dificuldades de um instante para outro! Perguntam por um Centro que seja mais forte... Dizem não acreditar na influência dos Espíritos. Afirmam que não querem ser médiuns. É natural que seja assim, porque se encontram em desequilíbrio psicológico. O dirigente espírita, ou aquele a quem couber a tarefa, necessita ter paciência e conquistar-lhe a confiança. Em outras ocasiões, os médiuns iniciantes por revelarem-se fascinados pelo entusiasmo excessivo, diante do impacto das revelações espirituais que os visitam de jato, solicitam o entendimento e o apoio dos irmãos experimentados, para que não se percam, através de engodos brilhantes. As Casas Espíritas oferecem campo para estudo e educação da mediunidade a todos aqueles que desejam servir na seara do Cristo nessa área. Auxiliar o médium na tarefa de desenvolver a sua faculdade mediúnica em benefício do próximo e de si mesmo não é tarefa fácil. Exige do dirigente espírita não apenas devotamento a esse gênero de atividade, mas lucidez mental para auxiliar, com bondade e paciência, principalmente a criatura que apresenta mediunidade que eclodirem bases provacionais. Devem compreender os dirigentes espíritas, sobretudo, que, no início da mediunidade, os médiuns topam com o escolho de terem de haver-se com Espíritos inferiores e devem dar-se por felizes quando são apenas Espíritos levianos. Toda atenção precisa pôr em que tais Espíritos não assumam predomínio, porquanto, em acontecendo isso, nem sempre lhes será fácil desembaraçar-se deles. É ponto esse de tal modo capital, sobretudo em começo, que, não sendo tomadas às precauções  necessárias, podem perder-se os frutos das mais belas faculdades. 

É fundamental que os orientadores espíritas, empenhados no trabalho de estudo e educação mediúnica, tenham consciência do que representa essa prática para saber auxiliar acertadamente. O orientador espírita necessita conhecer com segurança a Doutrina Espírita e as sutilezas da prática mediúnica; deve ser alguém que busca vivenciar os ensinos evangélicos, para poder transmitir ao médium iniciante, respostas esclarecedoras às dúvidas e conforto moral às suas alterações emocionais ou efetivas. A criatura, cuja faculdade mediúnica eclodiu, e que se dispõe a iniciar o seu exercício, deve ter consciência da importância e da significação dessa faculdade. Por isso mesmo, os amigos desencarnados, sempre que responsáveis e conscientes dos próprios deveres diante das Leis Divinas, estarão entre os homens exortando-os à bondade e ao serviço, ao estudo e ao discernimento, porquanto a força mediúnica, em verdade, não ajuda e nem edifica quando esteja distante da caridade e ausente da educação.”

Federação Espírita Brasileira

Como nós podemos observar no texto, a mediunidade pode eclodir independente de condições sociais e de idade, ou credo religioso. O despertar mediúnico é diferente e individual para casa um. Isso que dizer que cada um vai sentir e ter efeitos diferentes dos mais sutis, aos mais gritantes. Mediunidade enquanto faculdade natural pode surgir em suas variantes de tipos de modalidades a qualquer momento da vida de um indivíduo. Desde pequenas mudanças de humor a visão e transes repentinos mediúnicos.

Para algumas pessoas essa faculdade se manifesta de forma muito agressiva e descontrolada podendo trazer graves desarranjos para a vida do médium desde materiais a emocionais com crises de “loucuras aparentes”, depressão severa, agressividade, e fobia que podem gerar vários transtornos no cotidiano e vida social do médium. É comum numa eclosão mais violenta e ostensiva, com várias faculdades surgindo ao mesmo tempo. Ou seja, a pessoa passa a ver, ouvir, ter transes, súbitos desejos incontroláveis de escrever, muitas vezes ao ler o que escreveu, se surpreende com ideias que não fazem parte de sua natureza
Ou na maioria dos casos esse afloramento começa de forma sutil e quase imperceptível. Com sonhos freqüentes, processo de depressão profunda, sentimento de vazio, solidão, abandono, baixo estima, desamino pela vida, fortes instabilidade emocional, ideias estranhas que o conduzem a dizer e fazer certas coisas, crises de choro repentino ou euforia. Excesso de sono, ou insônia, alterações de peso e prostração,, entre vários outros indícios. 

Muitas vezes quando a mediunidade eclode em nós, somos zelosamente conduzidos “invisivelmente” por nossos irmãos espirituais a encontrar Searas Espiritualistas. O que infelizmente em muitas crenças é vista como “Cobrança de santo” ou “Surra de Santo”, como se estivéssemos devendo a Deus e o pagamento é cobrado por guias espirituais nos fazendo sentir tais sintomas. O que é um grande e ignorante equívoco. Estes efeitos quando relacionados a mediunidade, é algo natural, consequente de sua eclosão e falta de educação e equilíbrio no  campo  energético e não por castigo divino.

Porém muitas pessoas ao atestarem se tratar de mediunidade, ignoram totalmente suas faculdades. Muitas vezes por pré-conceito por idéias falsas ancoradas em crendices sem fundamento, credo religioso, e por não querer ter suas vidas modificadas por um compromisso doutrinário e religioso que envolveria um futuro trabalho dentro de searas espiritualistas.
Bom, não é o objetivo deste material, convencer ninguém a desenvolver ou estar tratando suas capacidades mediúnicas em centros espiritualistas, haja vista que todos somos dotados de livre arbítrio para escolher o que queremos ou não em nossas vidas, mas sim  relatar fatos. “

Infelizmente, a mediunidade não vem com nenhum botão de liga-desliga. Não há nada a ser feito que vá retirar a faculdade seja esta qual for de quem é médium. Ninguém deixa de ser médium e o somos 24 horas do dia. Isto implica que somos mais abertos e receptivos a contrair todos os tipos de energias. Somos aos espíritos perturbados; um ponto de luz num caminho escuro. Aos médiuns que possuem uma carga a mais de magnetismo e ectoplasma; os médiuns de cura e materializações, são mais “atrativos” a espíritos que vampirizam essas energias. Excesso de energias acumuladas, acabando obstruindo nossos pontos de força, podendo acarretar numa série de perturbações e em casos graves, até males físicos. Pessoas com um movimento maior de energias como os médiuns, podem propiciar maior acúmulo em pontos de saídas de energias.

Mas o que seria a Síndrome da Mediunidade reprimida? São os efeitos nocivos que podemos contrair quando ignoramos a manifestação de nossas capacidades mediúnicas, sejam conscientes ou inconscientemente. Como vimos acima sobre os sintomas mediúnicos, podemos perceber o quão é estreita a relação entre a mediunidade e nossa própria organização física. E por conta disso, muitos males de ordem física, emocional e psicológica podem se manifestar, incluindo um assédio maior por parte dos espíritos perturbados, por achar que podemos de alguma forma ajuda-lo ou simplesmente se sentem melhor estando ao nosso redor. Pois apesar de não saberem, é nosso magnetismo que ressona mais forte das demais pessoas, causando neles um efeito de aconchego e segurança. Como dito, a intensidade dessa eclosão é variável conforme cada um. Em casos mais severos podem causar sérios distúrbios de ordem psicológica podendo ocasionar um mal psíquico. Pior será se a pessoa conversar maus hábitos e for de duvidosa índole e amoral, ter vícios como o álcool, fumo, tranquilizantes ou drogas, ter sintonia com lugares de baixa vibração como motéis, bordeis, bailes regados a músicas que incitam a violência e a luxuria, etc. Tais locais são repletos de espíritos que vibram numa faixa muito negativa, onde aproveitam para vampirizar e se comprazer ao lado dos encarnados em seus atos de vícios, violência e luxúria sexual. E quando estamos com uma mediunidade aberta e descontrolada, é um perigo ao nosso bem estar, tanto material como espiritual, e, ainda mais quando estamos com a mediunidade reprimida.

Tema para discussão e reflexão

O que sua mediunidade pode fazer por você ? E você por ela ?

quinta-feira, 8 de setembro de 2016

PONTO DE XANGÔ







ELE BRADOU NA ALDEIA
BRADOU NA CACHOEIRA
EM NOITE DE LUAR
DO ALTO DA PEDREIRA
VEM FAZER JUSTIÇA
PARA NOS AJUDAR

ELE BRADOU NA ALDEIA
KAÔ KAÔ
E AQUI VAI BRADAR
KAÔ KAÔ

ELE É XANGÔ NA PEDREIRA
NASCEU NA CACHOEIRA
LÁ NO JUREMÁ

ELE BRADOU NA ALDEIA
KAÔ KAÔ
E AQUI VAI BRADAR
KAÔ KAÔ


segunda-feira, 5 de setembro de 2016

Animismo, incorporação e mistificação


                                           
Temas sempre bem vindos ao se falar sobre manifestações mediúnicas na Umbanda. O temor, creio que da maioria dos médiuns é justamente o fato de “tudo” ser fruto de sua cabeça e imaginação e não uma manifestação genuína de uma entidade. Claro, falo isso dos médiuns sérios e comprometidos com um exercício fiel e honesto de suas faculdades e não aos vaidosos e mal intencionados que tem aos montes por aí. Geralmente estes têm em mente duas coisas; APARECER, OU, GANHAR A VIDA À CUSTO DA FÉ ALHEIA.

A questão do animismo é um assunto muito vasto, onde podemos ir por vários caminhos, mas a princípio trataremos de sua forma mais simples e mais comum nos terreiros. Guardem este texto, pois trarei mais para frente, um teor mais aprofundado de animismo, e esta matéria, será de grande ajuda para entender o aspecto mais profundo do assunto central.

O que é animismo?

Em seu aspecto primário, é a manifestação da psique do médium em vez de sua entidade. É quando ele passa a frente da entidade e fala e age como se fosse a entidade. Porém esse processo é inconsciente e o médium não sabe que as palavras ou as ações são dele mesmo e não de sua entidade.

O que é mistificação?

Diferente do animismo, a mistificação é a ação consciente do médium, que sabe não estar sob influência da entidade, mas age como se estivesse. É o clássico charlatanismo. Pra esses médiuns picaretas eu receito uma dose de cacete baiano pela manhã e outro dose de surra de espada de São Jorge a noite depois da refeição pra ir pra cama com o rabo quente. Talvez a coisa que mais abomino dentro dos segmentos mediúnicos, seja o abuso da fé alheia. Enganar, mentir e usar o nome de uma entidade pra ludibriar os outros, manipular a fim de ganhar algo em troca, seja atenção, respeito, medo, imponência ou dinheiro, é algo vil e sujo que a punição divina, tarde, mas não falha pra esse tipo de gente.
            Muitas pessoas confundem o animismo com a mistificação, mas são coisas distintas.

Incorporação x Psicofonia

Já a incorporação é o processo mediúnico onde a entidade tem domínio do médium e age em seus centros nervosos e motores e tem uma liberdade de ação e “voz” que ultrapassa a vontade e mental do médium.

            Porém o termo incorporação é usado pra qualquer tipo de mediunidade onde a entidade “fale” através de um médium. Mas existem diferenças nesses processos. Foram criador vários nomes como mediunidade intuitiva, incorporação por intuição, incorporação consciente, etc. Mas para simplificar eu costumo dividir em 2 tipos apenas: a incorporação e a psicofonia. Na psicofonia não há o domínio físico do médium e a manifestação da entidade se dá por um processo mental somente. Esse tipo de mediunismo é o recorrente em casas espíritas, pois o médium precisar estar a frente sempre do espírito comunicante, pois este na maioria das vezes, é de natureza negativa, perturbada e carente de ajuda e orientação. Logo ele não pode ocupar o “comando” de centros físico do médium. Há a proximidade do espírito e o médium capta de seu psicossoma sua energia, natureza e como um diálogo de mente pra mente, o médium transmite o que o espírito está falando para ele.

            Já nos terreiros de Umbanda a natureza dos espíritos comunicantes é outra, e estes agem em nosso corpo através das irradiações para nosso equilíbrio e sintonia mediúnica e espiritual e nosso corpo reage com sensações e movimentos involuntários, já que a entidade vai tomando conta de nossa matéria. Esse acoplamento por assim dizer, não ocorre de um dia para o outro. É claro que o tempo é relativo de pessoa para pessoa, mas se a capacidade existe no “aparelho”, as entidades irão trabalha-la para que esteja tudo em harmonia para que a entidade possa de fato incorporar de fato.

            Porém nem todos os médiuns que estão na Umbanda como médiuns de incorporação, fornece esse tipo de mediunidade, não tendo abertura em sua organização em seu corpo astral e centros de força para estabelecer a incorporação propriamente dita, onde a entidade tem controle e domínio do médium. Ficando muito próximo das manifestações das casas espíritas, com o diferencial grande, onde o médium na Umbanda também pode sentir sensações em seu corpo, perder um pouco da noção de espaço e tempo e confundir com uma incorporação clássica, mas a entidade não tem domínio corporal e a comunicação se dá mentalmente somente sem que haja o acoplamento entre ambos. É como um processo de telepatia; a entidade transmite as mensagens ao mental do médium, e este externa as mensagens.  Mas por que é tão parecido com a incorporação? Porque as entidades também agem sobre o corpo espiritual do médium para promover descargas, harmonizações e equilíbrios em seus centros de força (chackras), como também, todo médium seja de incorporação ou psicofônico tem a capacidade de captar a energia dos espíritos que estejam muito  próximos de si , seja suas entidades ou do médium do lado. E com o passar do tempo, essa percepção é ampliada e aprimorada e ele consegue distinguir seus guias e de seus irmãos de corrente. Consegue saber se é uma entidade masculina ou feminidade, de que linha é, etc. Como também, ele consegue “ler “ a natureza daquele espírito e pode dessa leitura, imaginar como é tal entidade;  se séria, sisuda, ou alegre, risonha, brincalhona, direta, ou é cheia de ternura pra falar, etc. Mesmo que ele não consiga ver a entidade, pela proximidade nós conseguimos perceber essas características que emana naturalmente dos espíritos. E dessa leitura, é que nós formamos a entidade em nosso mental e exteriorizamos comportamentos e formas de falar, trejeitos e posturas. Isso para os psicofônicos. Em ambos os casos, há o transe provocado pela irradiação da entidade e pela força motriz do todo que provoca um estado hipnótico no médium, o conduzindo ao transe, e do transe a manifestação propriamente dita de sua faculdade mediúnica.

            O grande problema do médium psicofônico, ou seja, aquele onde a entidade atua somente através do mental, e do que a entidade diz a ele, é a capacidade DO DISCERNIMENTO, pois nem sempre as mensagens que a entidade transmite, é o que ele entende para repassar. Outro problema é de ordem íntima e psíquica. Nas religiões afro-brasileiras as entidades transmitem e formamos arquétipos de grupos raciais e sociais. E muitos desses tipos “humanos” mexem muito com a vaidade, fantasias, e desejos reprimidos de nós mesmos. Quando um indivíduo está em transe, seu psiquismo e parte espiritual inconsciente ficam muito mais expostos também e aflorado, somando isso a ideia que fazemos de tal entidade e da leitura que fazemos dela, podemos exteriorizar partes nossas, do nosso inconsciente e traços de personalidade reprimida que se identifica com tal “arquétipo”, digamos assim de X entidade. Esse processo pode até fazer parte de uma catarse emocional e psicológica, salutar para o médium, de uma série de repressões em seu íntimo que o transe libera provocando um bem estar íntimo e profundo, paz consigo mesmo, que ele não sabe exatamente o porquê. Porém esse tipo de eventos somente pode ocorrer no início de um desenvolvimento e não existir dentro da vida mediúnica do médium durante todo o seu tempo de labor. É justamente por isso tão importante o desenvolvimento, e não liberar os médiuns em desenvolvimento para consultas sem um aval do guia chefe da casa, ou da análise do dirigente. Mesmo que a entidade fala, dance e tenha desenvoltura e APARENTE firmeza, somente com uma avaliação do conjunto das manifestações daquele médium, e que ele poderá estar apto pra atender o público. Mas muitos médiuns são recebem esse tipo de avaliação e são postos logo para o atendimento e consultas e muitas vezes até, para satisfazer a ansiedade e vontade do médium de ir logo pras consultas. Ai mora o grande perigo! Pois os médiuns psicofônicos precisam e exaustivo treinamento e desenvolvimento para garantir a manifestação do pensar da própria entidade e não somada a suas impressões, julgamentos e ideias. Mas a realidade que percebemos nos terreiros, é um “desleixo”  de um bom e capacitado desenvolvimento mediúnico, muitas vezes mal feito e mal conduzido, e dá no que dá.... shows de animismos onde todos são enganados; médiuns e assistentes. Há misturas entre entidade e o próprio médium e este acaba por se atrapalhar em seus próprios pensamentos mesclados da entidade e não sabe o que é seu ou não. O vaidoso e auto suficiente não questiona, pois se acha “o cara” e não pára pra refletir suas ações estando sob a influencia das entidades. Creditam cada palavra e cada ação nelas, ficam fascinados e não ouvem muitas vezes, seu dirigente e as entidades responsáveis por ele, pois não admitem que podem estar errando e precisando de mais desenvolvimento e conselhos dos mais velhos. E mesmo quando a entidade se porta com rebeldia, falta de educação e sem a postura digna de uma entidade de fato, ele dá desculpas e alega que é a casa que não é do agrado da entidade. Será mesmo? Cuidado! Muitas vezes é isso que provoca médiuns a abandonarem casas sérias e buscar a facilidade e casas pouco comprometidas com um sério e comprometido desenvolvimento e manifestações de suas entidades. É o “coloca a roupa e vai pra roda girar”. E daqui a pouco tá atendendo com as entidades e pensa;  “tá vendo! Era aquela casa que não reconhecia meus ‘dons’ mediúnicos”. Ledo engano!

            Já para os médiuns de incorporação – cada vez mais raros hoje em dia – este problema não é tão recorrente, pois ele oferece a entidade maior domínio e pode assim, agir mais livremente por sua conta sem precisar que o médium seja seu intérprete para o plano exterior. Lembrando que a entidade pode “dosar” a intensidade desse domínio e o faz sempre. Ela pode ir de um nível mais elevado a um nível mais brando, ou se for do seu querer, agir somente através da transmissão de pensamento, como na psicofonia.  Já que o controle total do médium demanda muito desgaste par a o médium, e muitas vezes em certos trabalhos, momentos de uma gira não há essa necessidade e as entidades usam de sabedoria e mestria para não desgastar desnecessariamente seu “cavalo”. Vale ressaltar, talvez em negrito, que a consciência (o lembrar e ver tudo por parte do médium estando com a entidade) não está relativo a domínio ou não da entidade. Embora em estados mais profundos de incorporação, pode não haver consciência mediúnica ou parcial, isso não é via de regra. Muitos podem estar sob o domínio da entidade e ver tudo a sua volta, como se estivesse assistindo um filme.
           
Uma dica: deixe ser levado literalmente pela entidade. Não pense, não questione, jogue a ansiedade e observação de lado e deixe ser levado nos primeiros sinais de irradiação da entidade. Livre-se do medo e vá! Estando com a entidade, não promova diálogos em sua mente, pois é ai que tudo pode se confundir. A voz da entidade é sempre a primeira, é o ímpeto, a voz rápida e fala de primeira. Não fique buscando respostas e ações das entidades para as pessoas. Muitas vezes, ela não tem nada pra falar e só veio trabalhar energeticamente pra você ou pro ambiente, pro grupo, ou pra alguém. Não se envolva e deixa-a livre para falar ou não. Muitos médiuns na ânsia de se afirmar como médiuns firmes, querem que suas entidades revelem segredos, digam sobre a vida, o passado, presente e futuro das pessoas, e isso é um dos fatores que mais atrapalha. A vaidade de ser um médium bem conceituado, que tem as entidade mais firme, que ajudam as pessoas, que promovem curas, revelações, estripulias de desafiam as leis da física, é o abismo do médium. É onde ele cai e cai feio. Fica a dica e o alerta.

            Em breve trarei mais sobre esse tema. Espero ter ajudado os iniciantes em desenvolvimento e não confundido mais! Axé!



Texto pertence ao acervo do Terreiro de Umbanda, Vovó Catarina  

sexta-feira, 2 de setembro de 2016

Cuidando do nosso padrão energético para uma gira!

Para orientar melhor os neófitos de nossa casa, criamos uma cartilha onde passamos os valores que aprendemos com nossa mentora espiritual Vovó Catarina, a qual deu a nossa dirigente, todas as orientações e ensinamentos para estruturar o nosso Terreiro. E mediante a esses mesmos ensinamentos, foi criada nossa cartilha. E um ponto muito importante que zelamos em nossa casa, é o cuidado para o preparo dos médiuns para uma gira de Umbanda.

Claro que cada casa tem seus preceitos e orientações. Não somos donos da verdade, nem o que colocamos aqui deve ser seguido por todos, mas tal somente, pode servir para agregar conhecimento a quem busque aprimorar leituras sobre a lida mediúnica num Terreiro e a seriedade que envolve esse labor , o qual , devemos nos preparar física, e mentalmente pra isso!

O que nos foi orientado...

Cuidando de nosso padrão energético para a gira

·         Nutrir bons sentimentos deveria ser uma preocupação constante em nossos corações. Mas orientamos que um dia antes da gira, foquemos e elevemos nossos sentimentos para a fraternidade, caridade e amor ao próximo. Pois sentimentos nobres e elevados, geram um alto padrão energético de vital importância para um trabalho mediúnico. Sentir-se fraternal perante seus irmãos da corrente e os que buscarão socorro espiritual. Na noite antes da gira, ao deitar, pratique a meditação e a oração, eleve seu pensamento a Deus e a espiritualidade superior. Peça a Oxalá; luz, orientação e proteção para os trabalhos que serão realizados. 

·         Descarte e evite ao máximo: aborrecimentos, brigas e discussões desnecessárias. Sentimentos mesquinhos e pequenos, mágoas, agressividade e irritabilidade. Na noite antes da gira, se sentir dificuldade para relaxar, meditar e ter um sono tranquilo e em paz, tome um banho calmante de camomila, erva cidreira e rosa branca. E beba um chá de capim limão e erva doce. Ou se preferir, um copo de leite morno ao deitar. Mas procure sempre ter uma noite de sono tranquilo e bem dormido. Deite-se cedo e faça uma alimentação leve no jantar. 

·         Cada membro da corrente é de suma importância para o bom nível e harmonia da energia que se estabelecerá durante os trabalhos. Independente se este irá incorpora ou não, estaremos atuando mediunicamente doando e recebendo energias uns dos outros e de nossos guias.  Por isso, é tão importante manter-se em estado de elevação de pensamentos, concentração e sentimos elevados, pois são tais posturas que fazem toda a diferença para uma atmosfera energética em alto nível vibracional, objetivo primário para a harmonia, boa sintonia com nossos guias de luz e espíritos elevados, assim como estabelece toda a força dos trabalhos. Num ambiente onde todos “vibram” iguais, com os mesmos objetivos espirituais, as energias fluem para um bem comum, com um altíssimo padrão energético, que os espíritos de baixa vibração não quebram jamais, transformando um elo que dificilmente será vencido por influências negativas. Sendo assim, cada um de nós é responsável pelas energias do ambiente e a harmonia dos trabalhos. 

·         A concentração e respiração são fundamentais para entrarmos em sintonia íntima com nossos guias e as energias que deles emanam. Uma vez começado as invocação cantadas (pontos cantados) firmem seus pensamentos nessa sintonia e se desligue de todo o resto. Assim estaremos abrindo nossas portas mentais para a conexão com nossos antepassados e podemos sentir suas presenças. Não se esforce para se concentrar. Deixe as coisas acontecerem na medida em que se atem os pontos cantados, o bater das palmas, e as cantigas entoadas. Cada médium vai criando “suas chaves mentais” para entrar em transe e estabelecer a ligação com o plano espiritual. Mas tudo começa com o relaxamento, desligamento do mundo lá fora e fixando a atenção em algum elemento de ligação com a vibração que está sendo evocada.


Texto pertence ao acervo do Terreiro de Umbanda Vovó Catarina


Atendimento com Oráculo Cigano


Somos um Terreiro de Umbanda


Simplesmente Umbanda. Sem fórmulas mágicas, muito menos tenda de milagres. E consideramos também que mais importante do que ficarmos presos a idéias pré-concebidas de escolas ditas iniciáticas de Umbanda, ou permanecermos presos a conceitos ultrapassados, é buscarmos fazer a caridade incondicional.

Não importa qual ritualística que cada Terreiro de Umbanda siga. Não importa se "escrevem" Oxoce, Oxossi ou Oxosse. Não importa se consideram Nanã Orixá dono de "Ori" (coroa) ou não. Não importa se consideram mais Orixás ou menos Orixás... O que realmente deve importar quando se procura um Terreiro de Umbanda não é o Terreiro (se é bonito, feio, pobre, rico, etc), mas sim A UMBANDA! É claro, que o cuidado com que a obra física é tratada nos fala dos dirigentes e médiuns do terreiro, mas não nos fala de Caridade. O quanto de Caridade o terreiro pratica. Só indo e assistindo as sessões, as giras, observando como se trabalha, a disciplina, os objetivos, o amor. Não cobrando por absolutamente NADA. Não fazendo "trabalhinhos" de amarração, ou para trazer a "pessoa amada" de volta em "x" dias. Fazendo um trabalho constante de amor e fraternidade espiritual e material/social.

A Umbanda é uma religião absolutamente aberta que tem inúmeras diferenças de interpretação, que variam de região para região assim como de terreiro para terreiro. É com a ritualística que nos idenficamos ou não num primeiro momento, mas devemos lançar um olhar mais profundo e examinarmos melhor os objetivos da Casa. Se tem atabaques, se tem palmas, como é a abertura, o desenrolar da gira, a que a gira se destina. O "como" pode variar e varia muito. E é com o "como" que nos identificamos ou não. Mas isto não nos fala de Caridade também. Para um Terreiro poder se dizer de Umbanda, lá deve haver amor, compromisso com o próximo, caridade descompromissada, um trabalho constante de solidariedade, disciplina, respeito e estudo.

Existem inúmeros sites e livros que falam da "origem" da Umbanda. Uns falam que começou com Zélio de Moraes e o Caboclo das 7 Encruzilhadas, outros falam que veio da África, outros falam que começou na Atlântida... outros... Agora, cá entre nós... isto é realmente importante? Ou simplesmente, em alguns casos, puro preconceito ou vaidade? Por que sublinhei "em alguns casos"? Porque existem muitas pessoas honestas nos mais variados segmentos da Umbanda. Nas mais diversas "origens"... O importante é compreender que esta é a verdade de cada um e como tal deve ser respeitada.

Mas existem algumas coisas que em absoluto nós não podemos aceitar e muito menos respeitar... é que se cobre por qualquer coisa, não podemos aceitar trabalhos sob encomenda pagos... Não podemos aceitar a falta de compromisso com o Bem, não podemos aceitar que se coloquem como a única "salvação" para aquela alma, que se não realizar um "despacho" ali no seu terreiro, a vida não irá prá frente. Isto não é Umbanda!


No que acreditamos como origem da Umbanda? Como forma de culto oficial, que tenha começado com Zélio de Moraes. Mas como força? Desde que o mundo é mundo... já que a Umbanda é uma religião naturista, ou seja, cultua e tem como sua base a natureza. Quanto a Origem Africanista? Sim é claro que acreditamos nela, é só observar os vocábulos... os próprios nomes dos Orixás (a própria palavra Orixá).
Caboclo Pery. SARAVÁ UMBANDA!!!

Mãe Iassan Ayporê Pery

Dirigente do CECP