Terreiro de Umbanda Vovó Catarina

Terreiro de Umbanda Vovó Catarina
Terreiro de Umbanda Vovó Catarina

sexta-feira, 21 de outubro de 2016

Cartilha do Terreiro de Umbanda Vovó Catarina

Como todo Terreiro organizado tem suas regras, filosofia, liturgia e ritos que podem variar de terreiro para terreiro. Como todos os filhos sabem, em nossa casa existe uma cartilha que deve ser lida por todos os filhos de fé. O valor do material é obviamente para sua confecção; impressão e encadernação para que todos possam ter acesso de forma organizada, haja vista que é um material essencial para todos os filhos de nosso terreiro.

Faço aqui um adendo de que o material está disponível para aquisição apenas para os filhos de Terreiro e adeptos da casa que queiram conhecer nossa organização interna para uma futura adesão para a casa.

Cartilha

do

Filho de Fé


2º Edição




Terreiro de Umbanda Vovó Catarina

Mentora e Guia Chefe: Vovó Catarina do Cruzeiro das Almas
Dirigente de Terreiro: Mãe Ana
Sub Dirigente: Pai Jorge


Apresentação

Preparamos esse material visando os médiuns iniciantes do terreiro e os interessados a entrar na corrente mediúnica. O objetivo é que através esta cartilha, estes médiuns possam ter uma noção sobre a egrégora que comungamos estabelecida por nossa mentora espiritual, Vovó Catarina. Tentamos reunir aqui nossa filosofia de trabalho, visão perante a Umbanda, orientações primárias sobre desenvolvimento mediúnico, regras de convivência, orientações no preparo dos médiuns, procedimentos, ritos e liturgia indispensável que são praticados em nossas giras e vivencia dentro do Terreiro, entre outras explicações e detalhamentos que consideramos de suma importância essa leitura; Sendo dessa forma, de interesse de todos e principalmente os que pretendem entrar e/ou que estão ainda em fase de adaptação.

Assim sendo, teremos a certeza de que os iniciantes estarão de pleno acordo e cientes das premissas que apregoamos em nossa casa. Portanto é de responsabilidade de todos os filhos, estar ciente e cumprir de comum acordo nossa liturgia, rituais, recomendações de preparo para a corrente e toda uma reeducação que o ingresso num caminho espiritual pede. Entramos para esta casa, para uma religião com um propósito!

E este propósito está atrelado a mudanças de várias naturezas em nossa vida; nossa forma de pensar precisa estar aberta a expandir e mudar velhos conceitos emocionais, comportamentais, mentais, crenças, tabus, mistificações. Estamos para aprender, questionar, buscar novos conhecimentos e formas de conduzir nossa vida de maneira mais harmoniosa e equilibrada com o auxílio dos nossos irmãos espirituais e nosso dirigente, que é a pessoa responsável por nosso desenvolvimento mediúnico e espiritual.

Axé de Xangô e Yemanjá a todos os filhos de Vovó Catarina!

Essa nova edição está disponível em 43 páginas a todos os filhos pelo pagseguro no valor de 15 reais. 



terça-feira, 18 de outubro de 2016

A depressão pode ter causa espiritual?





por
 Sandra Cecília Oliveira


A depressão é uma doença que compromete o organismo como um todo: a capacidade de pensar, executar tarefas, comer e até dormir. Não é apenas um "baixo astral". A pessoa deprimida não consegue simplesmente reagir e se livrar dos sintomas incapacitantes. A depressão maior envolve muitos sintomas e inibem bastante a capacidade da pessoa, sua ação e seu humor. A depressão menor, chamada de distimia, envolve sintomas crônicos e prolongados. Não são tão incapacitantes como a depressão maior, no entanto, a pessoa com distimia também pode desenvolver uma depressão maior. 

O distúrbio bipolar antigamente chamado de doença maníaca depressiva, caracterizada por períodos de depressão e outros de mania.
Em todos esses casos é necessário um tratamento psiquiátrico ou psicoterapia ou ambos. A eficácia dos antidepressivos está assegurada. O efeito dos medicamentos é sentido em tres semanas aproximadamente. Depende de cada pessoa.
 

A depressão também pode ter causas espirituais, isto é, ser um processo obsessivo causado por um espírito inferior. Nesse caso, o espírito obsidia a pessoa e a perturba mentalmente. Sua vibração pesada e inferior afeta a saúde do deprimido como um todo. Os medicamentos não fazem o efeito esperado. 
 É o que chamamos popularmente de encosto. 

Nesse caso o doente deve procurar um tratamento espiritual numa casa espírita. No entanto, não deve, em hipótese nenhuma abandonar o tratamento medico ou ambulatorial. Deve aliar o tratamento médico com o espiritual. Obsessões graves podem comprometer muito a saúde física e emocional da pessoa.
 

Praticamente todas religiões oferecem suporte para tratamento espiritual. Na religião católica, imposição das mãos. Na religião espírita, passes e água fluida. E, se a pessoa for umbandista será encaminhada ao terreiro para descarregar os miasmas dos espíritos inferiores. A mediunidade desiquilibrada ou em desenvolvimento pode causar depressão. A mediunidade é um dom de se comunicar com os espíritos inerentes a todas as pessoas em maior ou menor grau. No entanto, algumas pessoas manifestam esse dom de forma ostensiva com sintomas diferentes e estranhos. Deve ser encaminhada a uma casa espírita e, através, de palestras educativas, passes, conhecer os mecanismos da mediunidade. É um dom a mais para o ser humano ajudar a si mesmo e aos outros.
 

Por que esses espíritos encostam-se ao ser humano? Pode ser que este esteja predisposto por conta do estress, da ansiedade, a falta de fé em si mesmo. A pessoa fica um alvo fácil para esses espíritos negativos. Ou é  um resgate de vidas passadas.Aquele espírito encarnado que prejudica o deprimido na vida atual pode ter sido prejudicado por ele na vida passada. Mesmo assim, Deus não quer o mal e nem o sofrimento de ninguém.O que importa é o momento presente. Construa um alicerce emocional e espiritual forte para enfrentar a realidade do dia a dia. O otimismo, o trabalho e a fé podem ser as vacinas que nos imunizam contra ataques espirituais. Afastar o espírito com preces, tratamentos espirituais de desobsessão ajudam na cura do problema. No entanto, orai e vigiai sempre!As companhias espirituais são atraídas por nossos pensamentos. Cada um tem a companhia espiritual que merece ou que atraiu. Cuide da sua vida espiritual! Cuidar da vida espiritual não é somente ir ao templo, culto ou casa espírita,mas trabalhar para o autoaprimoramento. Agregar energias positivas através de boas atitudes. Ser uma pessoa grata para com a vida.

Uma frase sábia:
 "Se quer afastar os maus espíritos atraia os bons!". 

Não tente reagir sozinho e não se preocupe com os pensamentos negativos que são muitos durante o processo depressivo. Fazem parte da doença e com o tratamento espiritual e físico eles tendem a desaparecer.
 

Solicite a companhia dos familiares e dos amigos. Evite ficar trancado em casa ruminando a doença. Respeite os limites da depressão, mas saiba que a melhora e a cura também dependem muito de você.
 

terça-feira, 11 de outubro de 2016

Pontos de Ibejada




             
Bota fogo no mato que ele vem
Bota fogo no mato que ele vem
(Repete)

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1 2 3
4 5 6
eu quero ver criança
Na cabeça de vocês

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Voa, voa, Andorinha,
Voa, voa, bem ligeiro,
Traga Joãzinho e Cosminho,
Para brincar no terreiro. (bis)
Passando na cachoeira,
Me traga a Mariazinha,
Passando lá pela praia, 
Me traga também a Rosinha.
Voa, voa Andorinha,
Voa, voa, e vai buscar,
As crianças para a Umbanda,
A festa vai começar.
Voa, voa, Andorinha,
Voa, voa, bem ligeiro,
Traga Joãzinho e Cosminho,
Para brincar no terreiro. (bis)
Tem bolo, bola e cocada,
Tem sodinha e guaraná,
Hoje é um grande dia,
Vamos todos festejar

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Rosinha da praia quando chegar
Vai firmar ponto no congá
Com as bênçãos de Iemanjá
Rosinha da praia quando chega
Também gosta de brincar
Ela brinca com as conchinhas
Fazendo casinha com a areia do mar

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Rosinha da Praia
Como vem beirando o mar
Como vem beirando mar, 
Mas como vem beirando o mar

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Beijinho,  beijinho 
Como vem beirando o mar (repete)
Mas como vem beirando o mar
E como vem beirando o mar
Beijinho , beijinho como vem beirando o mar (repete)

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Eu quero uva verde
Eu quero meu manjar
Eu quero cocadinha
Também quero guaraná
Me chamam de Rosinha
Eu  vim aqui pra trabalhar
Eu sou filha da sereia
Sou peixinha de yemanjá

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Cosme e Damião, Damião cadê Doum
Doum foi passear no cavalo de ogum (bis)
Dois dois sereia do mar
Dois dois meu pai Oxalá (bis)

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Ele é pequinininho
Mora no fundo do mar
Sua madrinha é Sereia
Seu padrinho é Beira Mar
No fundo do mar tem areia
Seu padrinho é Beira Mar
Sua madrinha é Sereia

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Fui no jardim colher as rosas
A vovózinha deu-me a rosa mais formosa
Cosme e Damião, ôoooh Doun
Crispim, Crispiniano
São os filhos de Ogum
Cosme e Damião, ôoooh Doun
Crispim, Crispiniano
São os filhos de Ogum

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Pedrinho da beira da praia
Como é se que abana o boné?
É assim, assim, assim
Assim que se abana o boné
É assim, assim, assim
Assim que se abana o boné

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Catarina você tem um congá que uma beleza
O terreiro enfeitado
Muitos doces sobre a mesa

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Os Anjos lá no céu cantavam,
Estrela Dalva clareou
Os Anjos lá no céu cantavam,
Estrela Dalva clareou
Sarava Cosme e Damião,
Neste Terreiro Oxalá lhe abençoou
Sarava Cosme e Damião,
Neste Terreiro Oxalá lhe abençoou
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Doum é amigo leal,
Sem Doum eu não posso ficar
Doum é amigo leal,
Sem Doum eu não posso ficar
Valei-me Cosme, não me leva no chão,
Valei-me Cosme, cadê Damião
Valei-me Cosme, não me leva no chão,
Valei-me Cosme, cadê Damião

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Eu quero doce, eu quero bala, 
Eu quero mel pra passar na sua cara

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Tem bala de côco e peteca,
Deixa Ibejada brincar
Tem bala de côco e peteca,
Deixa Ibejada brincar
Hoje é dia de festa,
Ibeijada vem sarava

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Titia me deu cocada,
tio me deu guaraná
Titia me deu cocada,
tio me deu guaraná
Gostei foi do caruru
Que a mamãe mandou preparar
Gostei foi do caruru
Que a mamãe mandou preparar
Mamãe me deu caruru,
eu comi caruru de mamãe

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Vamos brincar de roda
Cosme, Damião e Doum
Eles vem montados no cavalo de Ogum
Vem trazendo rosas pra Mamãe Oxum

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Na Bahia tem um côco,
côco que faz a cocada
Côco que faz o manjar,
para dar para Ibejada
Doum, Doum, Doum, Doum,
Cosme e Damião
Doum, Doum, Doum,
brinca sentado no chão

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Cosme e Damião, Damião cadê Doum
Doum foi passear no cavalo de ogum (bis)
Dois dois sereia do mar
Dois dois meu pai Oxalá (bis)

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Ibejada está de Ronda,
São Jorge de prontidão
Salve o povo de Aruanda,
Salve Cosme e Damião

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Cosme e Damião a sua casa cheira
A cravo, rosa e botão de laranjeira (bis)

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Lá no céu tem três estrelas
Todas três em carreirinha
Uma é Cosme Damião
A outra é Mariazinha

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Mariazinha da beira da praia,
Como é que sacode a saia?
Mariazinha da beira da praia,
Como é que sacode a saia?
É assim, é assim, é assim
É assim que sacode a saia
É assim, é assim, é assim
É assim que sacode a saia

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Se eu pedir você me dá
Se eu pedir você me dá
Um brinquedinho papai
P'ra eu brincar
Um brinquedinho papai
Pra eu brincar

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Pula corda sindolele
Pula corda sindolala
Quem não sabe pular corda não sabe sapatear

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Vamos brincar de chicotinho queimado
Eu me escondo e você vai me procurar 
Se você me achar
uma balinha você vai ganhar (repete)

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 Ganhei cocada branca
Chora eu vou chorar 
Se não me de guaraná 


Eu vou chorar eu vou chorar

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Papai me mande um balão
pra todas as crianças
que tem lá no céu
Papai me mande um balão
pra todas as crianças
que tem lá no céu
Tem doce criança
tem doce criança
tem doce lá no jardim

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Doum, Doum,
Vai buscar os seus maninhos!
Doum, Doum.
Vem brincando no caminho!
Doum, Doum, 
Vem buscar os seus docinhos!
Doum, Doum,
Pede a benção ao padrinho!
Doum, Doum...

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Menininho de angola como brincar
Vem brincar... (bis)
Ele brinca de bola, ele brinca de pique
Menininho de Angola como brinca
Vem brincar (bis)
Ele brinca de corda, ele brinca de roda
Vem brincar 

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Ele vem do mar, ele vem da mata,
ele vem do mar, ele vem da mata
Ele vem da pedreira, ele vem da cascata

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Ponto de final de gira de agradecimento

Ele foi doutor , ele foi doutor, ele foi doutor
Numa brincadeira de criança ele me curou (bis)
Eram três crianças
Eu me lembro bem
O terreiro em festa
Eu me lembro bem
Vieram de um a um
Eram Cosme , Damião e Doum

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Filho de Fé estava doente,
filho de Fé estava chorando
Filho de Fé viu Ibejada,
filho de Fé já está cantando

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Subida de Criança

Andorinha que voa , voa andorinha
Leva as crianças pro céu Andorinha
Andorinha que voa , voa andorinha
Leva as crianças pro céu Andorinha

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Ibeijada já vai embora
A Aruanda está lhe chamando
E vão pro jardim lá no céu
Oxalá está te esperando
Ibeijada já foi embora
A Aruanda estava chamando
E foram pro jardim no céu
Oxalá estava esperando

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Fica a Dica!




sexta-feira, 23 de setembro de 2016

Obsessão e vampirismo como se proteger!


Muito se fala em obsessão! Alguns autores a colocam como “mal do século”, mas o que é afinal uma obsessão?

De forma bem objetiva; obsessão é uma ação insistente, sempre de cunho negativo e nefasto que um espírito investe a outrem. Existem tipos diferentes de obsessão, mas neste primeiro momento não me aprofundarei nesse tocante. Assim como tipos diferentes, há intensidades e níveis diferentes também de processos obsessivos, podendo em casos graves, levar uma pessoa a morte.

Como sabemos que estamos sofrendo obsessão? Somente uma avaliação de um médium competente ou de uma entidade para atestar tal estado, mas há sintomas que podem indicar más companhias espirituais se não sofrem fruto de desarranjos patológicos.

Estados depressivos

Distúrbios do sono; ausência ou excesso.
Apatia, desânimo, falta de vontade, anemia, fraqueza generalizada (pode indicar vampirismo)
Estados de irritabilidade exacerbada, crises de fúria sem causas aparentes
Vontade de chorar sem motivos, pensamentos repentinos estranhos a pessoa, tristezas, medos e fobias. Tais sintomas podem ser interpretados como crises de pânico.
Nada dá certo, caminhos fechados, brigas e perdas
Doenças que a medicina não consegue diagnosticar
Sensações de presenças invisíveis, vontade súbita de escrever ou falar sobre assuntos alheios ao indivíduo.
Distúrbios com álcool, drogas ou algum tipo de entorpecentes, ou sexualidade desregrada.
Formigamento nas mãos ou outras extremidades do corpo
Sensações de inflar, como se o corpo estivesse pulsando. Também pode ser apenas na cabeça, pernas e pés.

Vale lembrar que estes sintomas associados e não isolados, pode indicar ação negativa espiritual. E não podemos deixar de mencionar que certos comportamentos como o uso de drogas, álcool em demasia, ninfomania, depressão, pode atrair obsessores de mesmo padrão energético que irá solver a energia dos elementos junto com o indivíduo. Nosso estado mental é um fator muito determinante para as companhias que teremos pelo caminho.

Vampirismo – é um tipo de obsessão onde o espírito se adere ao nosso corpo astral para sugar nossas energias para si. E as sensações são as já citadas; cansaço, prostração, anemias, desânimo.

Mas lembre-se que somente uma entidade ou/e num centro é que se pode avaliar o quadro obsessivo de uma pessoa. Se você sente pelo menos, mais de 3 sintomas desses, é aconselhável procurar uma casa para uma consulta. Além disso, os sintomas também podem indicar afloramento mediúnico. Quando estamos com a mediunidade em pleno desabrochar, é como se abríssemos uma porteira larga que atrai muitos vampiros, sofredores e espíritos perdidos que são atraídos pelo magnetismo em demasia que emanamos.  Então é preciso cuidar. Além disso, existe o contrário; casos de obsessão podem passar como afloramento mediúnico , quando na verdade, basta tratar as causas e os sintomas desaparecem. 

quarta-feira, 14 de setembro de 2016

Eclosão da Mediunidade e Síndrome da Mediunidade Reprimida

   


A mediunidade, sendo uma faculdade natural, eclode ou surge na época apropriada, definida no planejamento reencarnatório do indivíduo.  Natural, aparece espontaneamente, mediante constrição segura, na qual os desencarnados de tal ou qual estágio evolutivo convocam à necessária observância de suas leis, conduzindo o instrumento mediúnico a precioso labor por cujos serviços adquire vasto patrimônio de equilíbrio e iluminação, resgatando, simultaneamente, os compromissos negativos a que se encontre enleado desde vidas anteriores. 

Outras vezes surge como impositivo provacional mediante o qual é possível mais ampla libertação do próprio médium, que, em dilatando o exercício da nobilitação a que se dedica, granjeia consideração e títulos de benemerência que lhe conferem paz. Sem dúvida, poderoso instrumento pode converter-se em lamentável fator de perturbação, tendo em vista o nível espiritual e moral daquele que se encontra investido de tal recurso. A eclosão mediúnica pode, então,  ocorrer sob duas formas

      Ao analisar as condições de surgimento da mediunidade no ser humano, podemos afirmar que ela aparece e se desenvolve de forma cíclica, ou seja, processa-se por etapas sucessivas, em forma de espiral.

   As crianças a possuem, por assim dizer, à flor da pele, mas resguardadas pela influência benéfica e controladora dos Espíritos protetores, que as religiões chamam de anjos da guarda, nessa fase infantil as manifestações mediúnica são mais de caráter anímicos; a criança projeta a sua alma nas coisas e nos serem que a rodeiam, recebe as intuições orientadoras dos seus protetores, às vezes vê e denuncia a presença de Espíritos e não raro transmite avisos e recados dos Espíritos aos familiares, de maneira positiva e direta ou de maneira simbólica e indireta. Independente da persistência do fenômeno mediúnico, a criança deve ser encaminhada à Evangelização Espírita ,para ser auxiliada mais efetivamente o crescimento, a criança vai-se desligando cada vez mais do mundo espiritual, passando a se envolver com as ocorrências do plano físico e, em conseqüência, as manifestações mediúnicas vão-se escasseando. Fecha-se o primeiro ciclo mediúnico. Considera-se então que a criança não tem mediunidade, a fase anterior é levada à conta da imaginação e da fabulação infantis É geralmente na adolescência, a partir dos doze ou treze anos, que se inicia o segundo ciclo. No primeiro ciclo só se deve intervir no processo mediúnico com preces e passes, para abrandar as excitações naturais da criança, quase sempre carregadas de reminiscências estranhas do passado carnal ou espiritual. Na adolescência o seu corpo já amadureceu o suficiente para que as manifestações mediúnicas se tornem mais intensas e positivas. É tempo de encaminhá-la com informações mais precisas sobre o problema mediúnico. O passe, a prece, as reuniões de estudo doutrinário são meios de auxiliar o processo  (da eclosão da mediunidade), sem forçá-la, dando-lhe orientação necessária. O terceiro ciclo ocorre geralmente na passagem da adolescência para a juventude, entre os dezoito e vinte e cinco anos. É tempo, nessa fase, dos estudos sérios do Espiritismo e da Mediunidade, bem como da prática mediúnica livre, nos centros e grupos espíritas Há ainda o quarto ciclo, correspondente a mediunidade que só aparecem após a maturidade, na velhice ou na sua aproximação. Trata-se de manifestações que se tornam possíveis devido às condições da idade: enfraquecimento físico, permitindo mais fácil expansão das energias perispiríticas; maior introversão da mente, com a diminuição de atividades da vida prática, estado de apatia neuropsíquica, provocado pelas mudanças orgânicas do envelhecimento. Esse tipo de mediunidade tardia tem pouca duração, constituindo uma espécie de preparação mediúnica para a morte. Restringe-se a fenômenos de vidência, comunicação oral, intuição, percepção extra-sensorial e psicografia .É muito comum, nos momentos próximos à desencarnação, a ampliação das faculdades mediúnicas, sobretudo pela percepção de entidades espirituais. Podem ser momentos de grande beleza e alegria, se o Espírito cultivou o bem, ao longo da encarnação. Pode, no entanto, representar sofrimento para a criatura que não soube conquistar valores positivos, durante a experiência terrestre. O momento da eclosão da faculdade mediúnica no Espírito encarnado é de fundamental importância, uma vez que essa faculdade poderá proporcionar benefícios ao próprio encarnado e ao próximo, saem orientada e amparada fraternalmente. Deve-se considerar, no entanto, que nem sempre a pessoa é convenientemente assistida logo que desabrocham suas faculdades mediúnicas; seja por ignorância a respeito do assunto, o que é mais comum, seja por desinteresse ou desatenção dos familiares ou dos amigos. O certo é que, no inicio do seu desenvolvimento, os médiuns enfrentam muitos conflitos. Às vezes, não têm o menor esclarecimento da doutrina e nunca sequer transpuseram as portas de um Centro Espírita. Depois de tentarem solucionar os seus problemas pelos métodos convencionais (médicos, psicólogos) eis que recorrem, em última instância ao Espiritismo. Quando acontece assim, esses irmãos chegam completamente desnorteados à Casa Espírita, ainda sob o guante dos preconceitos religiosos que alimentaram por muito tempo. Devidamente orientados para um tratamento espiritual através de passes e reuniões de estudos evangélicos, revelam-se incrédulos, exigindo que o Espiritismo lhes resolva as dificuldades de um instante para outro! Perguntam por um Centro que seja mais forte... Dizem não acreditar na influência dos Espíritos. Afirmam que não querem ser médiuns. É natural que seja assim, porque se encontram em desequilíbrio psicológico. O dirigente espírita, ou aquele a quem couber a tarefa, necessita ter paciência e conquistar-lhe a confiança. Em outras ocasiões, os médiuns iniciantes por revelarem-se fascinados pelo entusiasmo excessivo, diante do impacto das revelações espirituais que os visitam de jato, solicitam o entendimento e o apoio dos irmãos experimentados, para que não se percam, através de engodos brilhantes. As Casas Espíritas oferecem campo para estudo e educação da mediunidade a todos aqueles que desejam servir na seara do Cristo nessa área. Auxiliar o médium na tarefa de desenvolver a sua faculdade mediúnica em benefício do próximo e de si mesmo não é tarefa fácil. Exige do dirigente espírita não apenas devotamento a esse gênero de atividade, mas lucidez mental para auxiliar, com bondade e paciência, principalmente a criatura que apresenta mediunidade que eclodirem bases provacionais. Devem compreender os dirigentes espíritas, sobretudo, que, no início da mediunidade, os médiuns topam com o escolho de terem de haver-se com Espíritos inferiores e devem dar-se por felizes quando são apenas Espíritos levianos. Toda atenção precisa pôr em que tais Espíritos não assumam predomínio, porquanto, em acontecendo isso, nem sempre lhes será fácil desembaraçar-se deles. É ponto esse de tal modo capital, sobretudo em começo, que, não sendo tomadas às precauções  necessárias, podem perder-se os frutos das mais belas faculdades. 

É fundamental que os orientadores espíritas, empenhados no trabalho de estudo e educação mediúnica, tenham consciência do que representa essa prática para saber auxiliar acertadamente. O orientador espírita necessita conhecer com segurança a Doutrina Espírita e as sutilezas da prática mediúnica; deve ser alguém que busca vivenciar os ensinos evangélicos, para poder transmitir ao médium iniciante, respostas esclarecedoras às dúvidas e conforto moral às suas alterações emocionais ou efetivas. A criatura, cuja faculdade mediúnica eclodiu, e que se dispõe a iniciar o seu exercício, deve ter consciência da importância e da significação dessa faculdade. Por isso mesmo, os amigos desencarnados, sempre que responsáveis e conscientes dos próprios deveres diante das Leis Divinas, estarão entre os homens exortando-os à bondade e ao serviço, ao estudo e ao discernimento, porquanto a força mediúnica, em verdade, não ajuda e nem edifica quando esteja distante da caridade e ausente da educação.”

Federação Espírita Brasileira

Como nós podemos observar no texto, a mediunidade pode eclodir independente de condições sociais e de idade, ou credo religioso. O despertar mediúnico é diferente e individual para casa um. Isso que dizer que cada um vai sentir e ter efeitos diferentes dos mais sutis, aos mais gritantes. Mediunidade enquanto faculdade natural pode surgir em suas variantes de tipos de modalidades a qualquer momento da vida de um indivíduo. Desde pequenas mudanças de humor a visão e transes repentinos mediúnicos.

Para algumas pessoas essa faculdade se manifesta de forma muito agressiva e descontrolada podendo trazer graves desarranjos para a vida do médium desde materiais a emocionais com crises de “loucuras aparentes”, depressão severa, agressividade, e fobia que podem gerar vários transtornos no cotidiano e vida social do médium. É comum numa eclosão mais violenta e ostensiva, com várias faculdades surgindo ao mesmo tempo. Ou seja, a pessoa passa a ver, ouvir, ter transes, súbitos desejos incontroláveis de escrever, muitas vezes ao ler o que escreveu, se surpreende com ideias que não fazem parte de sua natureza
Ou na maioria dos casos esse afloramento começa de forma sutil e quase imperceptível. Com sonhos freqüentes, processo de depressão profunda, sentimento de vazio, solidão, abandono, baixo estima, desamino pela vida, fortes instabilidade emocional, ideias estranhas que o conduzem a dizer e fazer certas coisas, crises de choro repentino ou euforia. Excesso de sono, ou insônia, alterações de peso e prostração,, entre vários outros indícios. 

Muitas vezes quando a mediunidade eclode em nós, somos zelosamente conduzidos “invisivelmente” por nossos irmãos espirituais a encontrar Searas Espiritualistas. O que infelizmente em muitas crenças é vista como “Cobrança de santo” ou “Surra de Santo”, como se estivéssemos devendo a Deus e o pagamento é cobrado por guias espirituais nos fazendo sentir tais sintomas. O que é um grande e ignorante equívoco. Estes efeitos quando relacionados a mediunidade, é algo natural, consequente de sua eclosão e falta de educação e equilíbrio no  campo  energético e não por castigo divino.

Porém muitas pessoas ao atestarem se tratar de mediunidade, ignoram totalmente suas faculdades. Muitas vezes por pré-conceito por idéias falsas ancoradas em crendices sem fundamento, credo religioso, e por não querer ter suas vidas modificadas por um compromisso doutrinário e religioso que envolveria um futuro trabalho dentro de searas espiritualistas.
Bom, não é o objetivo deste material, convencer ninguém a desenvolver ou estar tratando suas capacidades mediúnicas em centros espiritualistas, haja vista que todos somos dotados de livre arbítrio para escolher o que queremos ou não em nossas vidas, mas sim  relatar fatos. “

Infelizmente, a mediunidade não vem com nenhum botão de liga-desliga. Não há nada a ser feito que vá retirar a faculdade seja esta qual for de quem é médium. Ninguém deixa de ser médium e o somos 24 horas do dia. Isto implica que somos mais abertos e receptivos a contrair todos os tipos de energias. Somos aos espíritos perturbados; um ponto de luz num caminho escuro. Aos médiuns que possuem uma carga a mais de magnetismo e ectoplasma; os médiuns de cura e materializações, são mais “atrativos” a espíritos que vampirizam essas energias. Excesso de energias acumuladas, acabando obstruindo nossos pontos de força, podendo acarretar numa série de perturbações e em casos graves, até males físicos. Pessoas com um movimento maior de energias como os médiuns, podem propiciar maior acúmulo em pontos de saídas de energias.

Mas o que seria a Síndrome da Mediunidade reprimida? São os efeitos nocivos que podemos contrair quando ignoramos a manifestação de nossas capacidades mediúnicas, sejam conscientes ou inconscientemente. Como vimos acima sobre os sintomas mediúnicos, podemos perceber o quão é estreita a relação entre a mediunidade e nossa própria organização física. E por conta disso, muitos males de ordem física, emocional e psicológica podem se manifestar, incluindo um assédio maior por parte dos espíritos perturbados, por achar que podemos de alguma forma ajuda-lo ou simplesmente se sentem melhor estando ao nosso redor. Pois apesar de não saberem, é nosso magnetismo que ressona mais forte das demais pessoas, causando neles um efeito de aconchego e segurança. Como dito, a intensidade dessa eclosão é variável conforme cada um. Em casos mais severos podem causar sérios distúrbios de ordem psicológica podendo ocasionar um mal psíquico. Pior será se a pessoa conversar maus hábitos e for de duvidosa índole e amoral, ter vícios como o álcool, fumo, tranquilizantes ou drogas, ter sintonia com lugares de baixa vibração como motéis, bordeis, bailes regados a músicas que incitam a violência e a luxuria, etc. Tais locais são repletos de espíritos que vibram numa faixa muito negativa, onde aproveitam para vampirizar e se comprazer ao lado dos encarnados em seus atos de vícios, violência e luxúria sexual. E quando estamos com uma mediunidade aberta e descontrolada, é um perigo ao nosso bem estar, tanto material como espiritual, e, ainda mais quando estamos com a mediunidade reprimida.

Tema para discussão e reflexão

O que sua mediunidade pode fazer por você ? E você por ela ?

quinta-feira, 8 de setembro de 2016

PONTO DE XANGÔ







ELE BRADOU NA ALDEIA
BRADOU NA CACHOEIRA
EM NOITE DE LUAR
DO ALTO DA PEDREIRA
VEM FAZER JUSTIÇA
PARA NOS AJUDAR

ELE BRADOU NA ALDEIA
KAÔ KAÔ
E AQUI VAI BRADAR
KAÔ KAÔ

ELE É XANGÔ NA PEDREIRA
NASCEU NA CACHOEIRA
LÁ NO JUREMÁ

ELE BRADOU NA ALDEIA
KAÔ KAÔ
E AQUI VAI BRADAR
KAÔ KAÔ


segunda-feira, 5 de setembro de 2016

Animismo, incorporação e mistificação


                                           
Temas sempre bem vindos ao se falar sobre manifestações mediúnicas na Umbanda. O temor, creio que da maioria dos médiuns é justamente o fato de “tudo” ser fruto de sua cabeça e imaginação e não uma manifestação genuína de uma entidade. Claro, falo isso dos médiuns sérios e comprometidos com um exercício fiel e honesto de suas faculdades e não aos vaidosos e mal intencionados que tem aos montes por aí. Geralmente estes têm em mente duas coisas; APARECER, OU, GANHAR A VIDA À CUSTO DA FÉ ALHEIA.

A questão do animismo é um assunto muito vasto, onde podemos ir por vários caminhos, mas a princípio trataremos de sua forma mais simples e mais comum nos terreiros. Guardem este texto, pois trarei mais para frente, um teor mais aprofundado de animismo, e esta matéria, será de grande ajuda para entender o aspecto mais profundo do assunto central.

O que é animismo?

Em seu aspecto primário, é a manifestação da psique do médium em vez de sua entidade. É quando ele passa a frente da entidade e fala e age como se fosse a entidade. Porém esse processo é inconsciente e o médium não sabe que as palavras ou as ações são dele mesmo e não de sua entidade.

O que é mistificação?

Diferente do animismo, a mistificação é a ação consciente do médium, que sabe não estar sob influência da entidade, mas age como se estivesse. É o clássico charlatanismo. Pra esses médiuns picaretas eu receito uma dose de cacete baiano pela manhã e outro dose de surra de espada de São Jorge a noite depois da refeição pra ir pra cama com o rabo quente. Talvez a coisa que mais abomino dentro dos segmentos mediúnicos, seja o abuso da fé alheia. Enganar, mentir e usar o nome de uma entidade pra ludibriar os outros, manipular a fim de ganhar algo em troca, seja atenção, respeito, medo, imponência ou dinheiro, é algo vil e sujo que a punição divina, tarde, mas não falha pra esse tipo de gente.
            Muitas pessoas confundem o animismo com a mistificação, mas são coisas distintas.

Incorporação x Psicofonia

Já a incorporação é o processo mediúnico onde a entidade tem domínio do médium e age em seus centros nervosos e motores e tem uma liberdade de ação e “voz” que ultrapassa a vontade e mental do médium.

            Porém o termo incorporação é usado pra qualquer tipo de mediunidade onde a entidade “fale” através de um médium. Mas existem diferenças nesses processos. Foram criador vários nomes como mediunidade intuitiva, incorporação por intuição, incorporação consciente, etc. Mas para simplificar eu costumo dividir em 2 tipos apenas: a incorporação e a psicofonia. Na psicofonia não há o domínio físico do médium e a manifestação da entidade se dá por um processo mental somente. Esse tipo de mediunismo é o recorrente em casas espíritas, pois o médium precisar estar a frente sempre do espírito comunicante, pois este na maioria das vezes, é de natureza negativa, perturbada e carente de ajuda e orientação. Logo ele não pode ocupar o “comando” de centros físico do médium. Há a proximidade do espírito e o médium capta de seu psicossoma sua energia, natureza e como um diálogo de mente pra mente, o médium transmite o que o espírito está falando para ele.

            Já nos terreiros de Umbanda a natureza dos espíritos comunicantes é outra, e estes agem em nosso corpo através das irradiações para nosso equilíbrio e sintonia mediúnica e espiritual e nosso corpo reage com sensações e movimentos involuntários, já que a entidade vai tomando conta de nossa matéria. Esse acoplamento por assim dizer, não ocorre de um dia para o outro. É claro que o tempo é relativo de pessoa para pessoa, mas se a capacidade existe no “aparelho”, as entidades irão trabalha-la para que esteja tudo em harmonia para que a entidade possa de fato incorporar de fato.

            Porém nem todos os médiuns que estão na Umbanda como médiuns de incorporação, fornece esse tipo de mediunidade, não tendo abertura em sua organização em seu corpo astral e centros de força para estabelecer a incorporação propriamente dita, onde a entidade tem controle e domínio do médium. Ficando muito próximo das manifestações das casas espíritas, com o diferencial grande, onde o médium na Umbanda também pode sentir sensações em seu corpo, perder um pouco da noção de espaço e tempo e confundir com uma incorporação clássica, mas a entidade não tem domínio corporal e a comunicação se dá mentalmente somente sem que haja o acoplamento entre ambos. É como um processo de telepatia; a entidade transmite as mensagens ao mental do médium, e este externa as mensagens.  Mas por que é tão parecido com a incorporação? Porque as entidades também agem sobre o corpo espiritual do médium para promover descargas, harmonizações e equilíbrios em seus centros de força (chackras), como também, todo médium seja de incorporação ou psicofônico tem a capacidade de captar a energia dos espíritos que estejam muito  próximos de si , seja suas entidades ou do médium do lado. E com o passar do tempo, essa percepção é ampliada e aprimorada e ele consegue distinguir seus guias e de seus irmãos de corrente. Consegue saber se é uma entidade masculina ou feminidade, de que linha é, etc. Como também, ele consegue “ler “ a natureza daquele espírito e pode dessa leitura, imaginar como é tal entidade;  se séria, sisuda, ou alegre, risonha, brincalhona, direta, ou é cheia de ternura pra falar, etc. Mesmo que ele não consiga ver a entidade, pela proximidade nós conseguimos perceber essas características que emana naturalmente dos espíritos. E dessa leitura, é que nós formamos a entidade em nosso mental e exteriorizamos comportamentos e formas de falar, trejeitos e posturas. Isso para os psicofônicos. Em ambos os casos, há o transe provocado pela irradiação da entidade e pela força motriz do todo que provoca um estado hipnótico no médium, o conduzindo ao transe, e do transe a manifestação propriamente dita de sua faculdade mediúnica.

            O grande problema do médium psicofônico, ou seja, aquele onde a entidade atua somente através do mental, e do que a entidade diz a ele, é a capacidade DO DISCERNIMENTO, pois nem sempre as mensagens que a entidade transmite, é o que ele entende para repassar. Outro problema é de ordem íntima e psíquica. Nas religiões afro-brasileiras as entidades transmitem e formamos arquétipos de grupos raciais e sociais. E muitos desses tipos “humanos” mexem muito com a vaidade, fantasias, e desejos reprimidos de nós mesmos. Quando um indivíduo está em transe, seu psiquismo e parte espiritual inconsciente ficam muito mais expostos também e aflorado, somando isso a ideia que fazemos de tal entidade e da leitura que fazemos dela, podemos exteriorizar partes nossas, do nosso inconsciente e traços de personalidade reprimida que se identifica com tal “arquétipo”, digamos assim de X entidade. Esse processo pode até fazer parte de uma catarse emocional e psicológica, salutar para o médium, de uma série de repressões em seu íntimo que o transe libera provocando um bem estar íntimo e profundo, paz consigo mesmo, que ele não sabe exatamente o porquê. Porém esse tipo de eventos somente pode ocorrer no início de um desenvolvimento e não existir dentro da vida mediúnica do médium durante todo o seu tempo de labor. É justamente por isso tão importante o desenvolvimento, e não liberar os médiuns em desenvolvimento para consultas sem um aval do guia chefe da casa, ou da análise do dirigente. Mesmo que a entidade fala, dance e tenha desenvoltura e APARENTE firmeza, somente com uma avaliação do conjunto das manifestações daquele médium, e que ele poderá estar apto pra atender o público. Mas muitos médiuns são recebem esse tipo de avaliação e são postos logo para o atendimento e consultas e muitas vezes até, para satisfazer a ansiedade e vontade do médium de ir logo pras consultas. Ai mora o grande perigo! Pois os médiuns psicofônicos precisam e exaustivo treinamento e desenvolvimento para garantir a manifestação do pensar da própria entidade e não somada a suas impressões, julgamentos e ideias. Mas a realidade que percebemos nos terreiros, é um “desleixo”  de um bom e capacitado desenvolvimento mediúnico, muitas vezes mal feito e mal conduzido, e dá no que dá.... shows de animismos onde todos são enganados; médiuns e assistentes. Há misturas entre entidade e o próprio médium e este acaba por se atrapalhar em seus próprios pensamentos mesclados da entidade e não sabe o que é seu ou não. O vaidoso e auto suficiente não questiona, pois se acha “o cara” e não pára pra refletir suas ações estando sob a influencia das entidades. Creditam cada palavra e cada ação nelas, ficam fascinados e não ouvem muitas vezes, seu dirigente e as entidades responsáveis por ele, pois não admitem que podem estar errando e precisando de mais desenvolvimento e conselhos dos mais velhos. E mesmo quando a entidade se porta com rebeldia, falta de educação e sem a postura digna de uma entidade de fato, ele dá desculpas e alega que é a casa que não é do agrado da entidade. Será mesmo? Cuidado! Muitas vezes é isso que provoca médiuns a abandonarem casas sérias e buscar a facilidade e casas pouco comprometidas com um sério e comprometido desenvolvimento e manifestações de suas entidades. É o “coloca a roupa e vai pra roda girar”. E daqui a pouco tá atendendo com as entidades e pensa;  “tá vendo! Era aquela casa que não reconhecia meus ‘dons’ mediúnicos”. Ledo engano!

            Já para os médiuns de incorporação – cada vez mais raros hoje em dia – este problema não é tão recorrente, pois ele oferece a entidade maior domínio e pode assim, agir mais livremente por sua conta sem precisar que o médium seja seu intérprete para o plano exterior. Lembrando que a entidade pode “dosar” a intensidade desse domínio e o faz sempre. Ela pode ir de um nível mais elevado a um nível mais brando, ou se for do seu querer, agir somente através da transmissão de pensamento, como na psicofonia.  Já que o controle total do médium demanda muito desgaste par a o médium, e muitas vezes em certos trabalhos, momentos de uma gira não há essa necessidade e as entidades usam de sabedoria e mestria para não desgastar desnecessariamente seu “cavalo”. Vale ressaltar, talvez em negrito, que a consciência (o lembrar e ver tudo por parte do médium estando com a entidade) não está relativo a domínio ou não da entidade. Embora em estados mais profundos de incorporação, pode não haver consciência mediúnica ou parcial, isso não é via de regra. Muitos podem estar sob o domínio da entidade e ver tudo a sua volta, como se estivesse assistindo um filme.
           
Uma dica: deixe ser levado literalmente pela entidade. Não pense, não questione, jogue a ansiedade e observação de lado e deixe ser levado nos primeiros sinais de irradiação da entidade. Livre-se do medo e vá! Estando com a entidade, não promova diálogos em sua mente, pois é ai que tudo pode se confundir. A voz da entidade é sempre a primeira, é o ímpeto, a voz rápida e fala de primeira. Não fique buscando respostas e ações das entidades para as pessoas. Muitas vezes, ela não tem nada pra falar e só veio trabalhar energeticamente pra você ou pro ambiente, pro grupo, ou pra alguém. Não se envolva e deixa-a livre para falar ou não. Muitos médiuns na ânsia de se afirmar como médiuns firmes, querem que suas entidades revelem segredos, digam sobre a vida, o passado, presente e futuro das pessoas, e isso é um dos fatores que mais atrapalha. A vaidade de ser um médium bem conceituado, que tem as entidade mais firme, que ajudam as pessoas, que promovem curas, revelações, estripulias de desafiam as leis da física, é o abismo do médium. É onde ele cai e cai feio. Fica a dica e o alerta.

            Em breve trarei mais sobre esse tema. Espero ter ajudado os iniciantes em desenvolvimento e não confundido mais! Axé!



Texto pertence ao acervo do Terreiro de Umbanda, Vovó Catarina  

sexta-feira, 2 de setembro de 2016

Cuidando do nosso padrão energético para uma gira!

Para orientar melhor os neófitos de nossa casa, criamos uma cartilha onde passamos os valores que aprendemos com nossa mentora espiritual Vovó Catarina, a qual deu a nossa dirigente, todas as orientações e ensinamentos para estruturar o nosso Terreiro. E mediante a esses mesmos ensinamentos, foi criada nossa cartilha. E um ponto muito importante que zelamos em nossa casa, é o cuidado para o preparo dos médiuns para uma gira de Umbanda.

Claro que cada casa tem seus preceitos e orientações. Não somos donos da verdade, nem o que colocamos aqui deve ser seguido por todos, mas tal somente, pode servir para agregar conhecimento a quem busque aprimorar leituras sobre a lida mediúnica num Terreiro e a seriedade que envolve esse labor , o qual , devemos nos preparar física, e mentalmente pra isso!

O que nos foi orientado...

Cuidando de nosso padrão energético para a gira

·         Nutrir bons sentimentos deveria ser uma preocupação constante em nossos corações. Mas orientamos que um dia antes da gira, foquemos e elevemos nossos sentimentos para a fraternidade, caridade e amor ao próximo. Pois sentimentos nobres e elevados, geram um alto padrão energético de vital importância para um trabalho mediúnico. Sentir-se fraternal perante seus irmãos da corrente e os que buscarão socorro espiritual. Na noite antes da gira, ao deitar, pratique a meditação e a oração, eleve seu pensamento a Deus e a espiritualidade superior. Peça a Oxalá; luz, orientação e proteção para os trabalhos que serão realizados. 

·         Descarte e evite ao máximo: aborrecimentos, brigas e discussões desnecessárias. Sentimentos mesquinhos e pequenos, mágoas, agressividade e irritabilidade. Na noite antes da gira, se sentir dificuldade para relaxar, meditar e ter um sono tranquilo e em paz, tome um banho calmante de camomila, erva cidreira e rosa branca. E beba um chá de capim limão e erva doce. Ou se preferir, um copo de leite morno ao deitar. Mas procure sempre ter uma noite de sono tranquilo e bem dormido. Deite-se cedo e faça uma alimentação leve no jantar. 

·         Cada membro da corrente é de suma importância para o bom nível e harmonia da energia que se estabelecerá durante os trabalhos. Independente se este irá incorpora ou não, estaremos atuando mediunicamente doando e recebendo energias uns dos outros e de nossos guias.  Por isso, é tão importante manter-se em estado de elevação de pensamentos, concentração e sentimos elevados, pois são tais posturas que fazem toda a diferença para uma atmosfera energética em alto nível vibracional, objetivo primário para a harmonia, boa sintonia com nossos guias de luz e espíritos elevados, assim como estabelece toda a força dos trabalhos. Num ambiente onde todos “vibram” iguais, com os mesmos objetivos espirituais, as energias fluem para um bem comum, com um altíssimo padrão energético, que os espíritos de baixa vibração não quebram jamais, transformando um elo que dificilmente será vencido por influências negativas. Sendo assim, cada um de nós é responsável pelas energias do ambiente e a harmonia dos trabalhos. 

·         A concentração e respiração são fundamentais para entrarmos em sintonia íntima com nossos guias e as energias que deles emanam. Uma vez começado as invocação cantadas (pontos cantados) firmem seus pensamentos nessa sintonia e se desligue de todo o resto. Assim estaremos abrindo nossas portas mentais para a conexão com nossos antepassados e podemos sentir suas presenças. Não se esforce para se concentrar. Deixe as coisas acontecerem na medida em que se atem os pontos cantados, o bater das palmas, e as cantigas entoadas. Cada médium vai criando “suas chaves mentais” para entrar em transe e estabelecer a ligação com o plano espiritual. Mas tudo começa com o relaxamento, desligamento do mundo lá fora e fixando a atenção em algum elemento de ligação com a vibração que está sendo evocada.


Texto pertence ao acervo do Terreiro de Umbanda Vovó Catarina