A mediunidade, sendo uma faculdade natural,
eclode ou surge na época apropriada, definida no planejamento reencarnatório do
indivíduo. Natural, aparece
espontaneamente, mediante constrição segura, na qual os desencarnados de tal ou
qual estágio evolutivo convocam à necessária observância de suas leis,
conduzindo o instrumento mediúnico a precioso labor por cujos serviços adquire
vasto patrimônio de equilíbrio e iluminação, resgatando, simultaneamente, os
compromissos negativos a que se encontre enleado desde vidas anteriores.
Outras vezes surge como impositivo
provacional mediante o qual é possível mais ampla libertação do próprio médium,
que, em dilatando o exercício da nobilitação a que se dedica, granjeia
consideração e títulos de benemerência que lhe conferem paz. Sem dúvida,
poderoso instrumento pode converter-se em lamentável fator de perturbação,
tendo em vista o nível espiritual e moral daquele que se encontra investido de
tal recurso. A eclosão mediúnica pode, então,
ocorrer sob duas formas
Ao analisar as condições de surgimento da mediunidade no ser humano,
podemos afirmar que ela aparece e se desenvolve de forma cíclica, ou seja,
processa-se por etapas sucessivas, em forma de espiral.
As
crianças a possuem, por assim dizer, à flor da pele, mas resguardadas pela
influência benéfica e controladora dos Espíritos protetores, que as religiões
chamam de anjos da guarda, nessa fase infantil as manifestações mediúnica são
mais de caráter anímicos; a criança projeta a sua alma nas coisas e nos serem
que a rodeiam, recebe as intuições orientadoras dos seus protetores, às vezes
vê e denuncia a presença de Espíritos e não raro transmite avisos e recados dos
Espíritos aos familiares, de maneira positiva e direta ou de maneira simbólica
e indireta. Independente da persistência do fenômeno mediúnico, a criança deve
ser encaminhada à Evangelização Espírita ,para ser auxiliada mais efetivamente
o crescimento, a criança vai-se desligando cada vez mais do mundo espiritual,
passando a se envolver com as ocorrências do plano físico e, em conseqüência,
as manifestações mediúnicas vão-se escasseando. Fecha-se o primeiro ciclo
mediúnico. Considera-se então que a criança não tem mediunidade, a fase
anterior é levada à conta da imaginação e da fabulação infantis É geralmente na
adolescência, a partir dos doze ou treze anos, que se inicia o segundo ciclo.
No primeiro ciclo só se deve intervir no processo mediúnico com preces e
passes, para abrandar as excitações naturais da criança, quase sempre
carregadas de reminiscências estranhas do passado carnal ou espiritual. Na
adolescência o seu corpo já amadureceu o suficiente para que as manifestações mediúnicas
se tornem mais intensas e positivas. É tempo de encaminhá-la com informações
mais precisas sobre o problema mediúnico. O passe, a prece, as reuniões de
estudo doutrinário são meios de auxiliar o processo (da eclosão da mediunidade), sem forçá-la,
dando-lhe orientação necessária. O terceiro ciclo ocorre geralmente na passagem
da adolescência para a juventude, entre os dezoito e vinte e cinco anos. É
tempo, nessa fase, dos estudos sérios do Espiritismo e da Mediunidade, bem como
da prática mediúnica livre, nos centros e grupos espíritas Há ainda o quarto
ciclo, correspondente a mediunidade que só aparecem após a maturidade, na
velhice ou na sua aproximação. Trata-se de manifestações que se tornam
possíveis devido às condições da idade: enfraquecimento físico, permitindo mais
fácil expansão das energias perispiríticas; maior introversão da mente, com a
diminuição de atividades da vida prática, estado de apatia neuropsíquica,
provocado pelas mudanças orgânicas do envelhecimento. Esse tipo de mediunidade
tardia tem pouca duração, constituindo uma espécie de preparação mediúnica para
a morte. Restringe-se a fenômenos de vidência, comunicação oral, intuição,
percepção extra-sensorial e psicografia .É muito comum, nos momentos próximos à
desencarnação, a ampliação das faculdades mediúnicas, sobretudo pela percepção
de entidades espirituais. Podem ser momentos de grande beleza e alegria, se o
Espírito cultivou o bem, ao longo da encarnação. Pode, no entanto, representar
sofrimento para a criatura que não soube conquistar valores positivos, durante
a experiência terrestre. O momento da eclosão da faculdade mediúnica no
Espírito encarnado é de fundamental importância, uma vez que essa faculdade
poderá proporcionar benefícios ao próprio encarnado e ao próximo, saem
orientada e amparada fraternalmente. Deve-se considerar, no entanto, que nem
sempre a pessoa é convenientemente assistida logo que desabrocham suas
faculdades mediúnicas; seja por ignorância a respeito do assunto, o que é mais
comum, seja por desinteresse ou desatenção dos familiares ou dos amigos. O
certo é que, no inicio do seu desenvolvimento, os médiuns enfrentam muitos
conflitos. Às vezes, não têm o menor esclarecimento da doutrina e nunca sequer
transpuseram as portas de um Centro Espírita. Depois de tentarem solucionar os
seus problemas pelos métodos convencionais (médicos, psicólogos) eis que
recorrem, em última instância ao Espiritismo. Quando acontece assim, esses
irmãos chegam completamente desnorteados à Casa Espírita, ainda sob o guante
dos preconceitos religiosos que alimentaram por muito tempo. Devidamente
orientados para um tratamento espiritual através de passes e reuniões de
estudos evangélicos, revelam-se incrédulos, exigindo que o Espiritismo lhes
resolva as dificuldades de um instante para outro! Perguntam por um Centro que
seja mais forte... Dizem não acreditar na influência dos Espíritos. Afirmam que
não querem ser médiuns. É natural que seja assim, porque se encontram em
desequilíbrio psicológico. O dirigente espírita, ou aquele a quem couber a
tarefa, necessita ter paciência e conquistar-lhe a confiança. Em outras
ocasiões, os médiuns iniciantes por revelarem-se fascinados pelo entusiasmo
excessivo, diante do impacto das revelações espirituais que os visitam de jato,
solicitam o entendimento e o apoio dos irmãos experimentados, para que não se
percam, através de engodos brilhantes. As Casas Espíritas oferecem campo para
estudo e educação da mediunidade a todos aqueles que desejam servir na seara do
Cristo nessa área. Auxiliar o médium na tarefa de desenvolver a sua faculdade
mediúnica em benefício do próximo e de si mesmo não é tarefa fácil. Exige do
dirigente espírita não apenas devotamento a esse gênero de atividade, mas
lucidez mental para auxiliar, com bondade e paciência, principalmente a
criatura que apresenta mediunidade que eclodirem bases provacionais. Devem
compreender os dirigentes espíritas, sobretudo, que, no início da mediunidade,
os médiuns topam com o escolho de terem de haver-se com Espíritos inferiores e
devem dar-se por felizes quando são apenas Espíritos levianos. Toda atenção
precisa pôr em que tais Espíritos não assumam predomínio, porquanto, em
acontecendo isso, nem sempre lhes será fácil desembaraçar-se deles. É ponto
esse de tal modo capital, sobretudo em começo, que, não sendo tomadas às
precauções necessárias, podem perder-se
os frutos das mais belas faculdades.
É fundamental que os orientadores
espíritas, empenhados no trabalho de estudo e educação mediúnica, tenham consciência
do que representa essa prática para saber auxiliar acertadamente. O orientador
espírita necessita conhecer com segurança a Doutrina Espírita e as sutilezas da
prática mediúnica; deve ser alguém que busca vivenciar os ensinos evangélicos,
para poder transmitir ao médium iniciante, respostas esclarecedoras às dúvidas
e conforto moral às suas alterações emocionais ou efetivas. A criatura, cuja
faculdade mediúnica eclodiu, e que se dispõe a iniciar o seu exercício, deve
ter consciência da importância e da significação dessa faculdade. Por isso
mesmo, os amigos desencarnados, sempre que responsáveis e conscientes dos
próprios deveres diante das Leis Divinas, estarão entre os homens exortando-os
à bondade e ao serviço, ao estudo e ao discernimento, porquanto a força
mediúnica, em verdade, não ajuda e nem edifica quando esteja distante da
caridade e ausente da educação.”
Federação Espírita Brasileira
Como nós podemos observar no texto, a
mediunidade pode eclodir independente de condições sociais e de idade, ou credo
religioso. O despertar mediúnico é diferente e individual para casa um. Isso
que dizer que cada um vai sentir e ter efeitos diferentes dos mais sutis, aos
mais gritantes. Mediunidade enquanto faculdade natural pode surgir em suas
variantes de tipos de modalidades a qualquer momento da vida de um indivíduo.
Desde pequenas mudanças de humor a visão e transes repentinos mediúnicos.
Para algumas pessoas essa faculdade se
manifesta de forma muito agressiva e descontrolada podendo trazer graves
desarranjos para a vida do médium desde materiais a emocionais com crises de
“loucuras aparentes”, depressão severa, agressividade, e fobia que podem gerar
vários transtornos no cotidiano e vida social do médium. É comum numa eclosão
mais violenta e ostensiva, com várias faculdades surgindo ao mesmo tempo. Ou
seja, a pessoa passa a ver, ouvir, ter transes, súbitos desejos incontroláveis
de escrever, muitas vezes ao ler o que escreveu, se surpreende com ideias que
não fazem parte de sua natureza
Ou na maioria dos casos esse afloramento
começa de forma sutil e quase imperceptível. Com sonhos freqüentes, processo de
depressão profunda, sentimento de vazio, solidão, abandono, baixo estima, desamino
pela vida, fortes instabilidade emocional, ideias estranhas que o conduzem a
dizer e fazer certas coisas, crises de choro repentino ou euforia. Excesso de
sono, ou insônia, alterações de peso e prostração,, entre vários outros
indícios.
Muitas vezes quando a mediunidade eclode em
nós, somos zelosamente conduzidos “invisivelmente” por nossos irmãos
espirituais a encontrar Searas Espiritualistas. O que infelizmente em muitas
crenças é vista como “Cobrança de santo” ou “Surra de Santo”, como se
estivéssemos devendo a Deus e o pagamento é cobrado por guias espirituais nos
fazendo sentir tais sintomas. O que é um grande e ignorante equívoco. Estes
efeitos quando relacionados a mediunidade, é algo natural, consequente de sua
eclosão e falta de educação e equilíbrio no
campo energético e não por
castigo divino.
Porém muitas pessoas ao atestarem se tratar
de mediunidade, ignoram totalmente suas faculdades. Muitas vezes por
pré-conceito por idéias falsas ancoradas em crendices sem fundamento, credo
religioso, e por não querer ter suas vidas modificadas por um compromisso
doutrinário e religioso que envolveria um futuro trabalho dentro de searas
espiritualistas.
Bom, não é o objetivo deste material,
convencer ninguém a desenvolver ou estar tratando suas capacidades mediúnicas
em centros espiritualistas, haja vista que todos somos dotados de livre
arbítrio para escolher o que queremos ou não em nossas vidas, mas sim relatar fatos. “
Infelizmente, a mediunidade não vem com
nenhum botão de liga-desliga. Não há nada a ser feito que vá retirar a
faculdade seja esta qual for de quem é médium. Ninguém deixa de ser médium e o
somos 24 horas do dia. Isto implica que somos mais abertos e receptivos a
contrair todos os tipos de energias. Somos aos espíritos perturbados; um ponto
de luz num caminho escuro. Aos médiuns que possuem uma carga a mais de
magnetismo e ectoplasma; os médiuns de cura e materializações, são mais
“atrativos” a espíritos que vampirizam essas energias. Excesso de energias
acumuladas, acabando obstruindo nossos pontos de força, podendo acarretar numa
série de perturbações e em casos graves, até males físicos. Pessoas com um
movimento maior de energias como os médiuns, podem propiciar maior acúmulo em
pontos de saídas de energias.
Mas o que seria a Síndrome da Mediunidade
reprimida? São os efeitos nocivos que podemos contrair quando ignoramos a
manifestação de nossas capacidades mediúnicas, sejam conscientes ou
inconscientemente. Como vimos acima sobre os sintomas mediúnicos, podemos
perceber o quão é estreita a relação entre a mediunidade e nossa própria
organização física. E por conta disso, muitos males de ordem física, emocional
e psicológica podem se manifestar, incluindo um assédio maior por parte dos
espíritos perturbados, por achar que podemos de alguma forma ajuda-lo ou
simplesmente se sentem melhor estando ao nosso redor. Pois apesar de não
saberem, é nosso magnetismo que ressona mais forte das demais pessoas, causando
neles um efeito de aconchego e segurança. Como dito, a intensidade dessa
eclosão é variável conforme cada um. Em casos mais severos podem causar sérios
distúrbios de ordem psicológica podendo ocasionar um mal psíquico. Pior será se
a pessoa conversar maus hábitos e for de duvidosa índole e amoral, ter vícios
como o álcool, fumo, tranquilizantes ou drogas, ter sintonia com lugares de
baixa vibração como motéis, bordeis, bailes regados a músicas que incitam a
violência e a luxuria, etc. Tais locais são repletos de espíritos que vibram
numa faixa muito negativa, onde aproveitam para vampirizar e se comprazer ao
lado dos encarnados em seus atos de vícios, violência e luxúria sexual. E
quando estamos com uma mediunidade aberta e descontrolada, é um perigo ao nosso
bem estar, tanto material como espiritual, e, ainda mais quando estamos com a
mediunidade reprimida.
Tema para discussão e reflexão
O que sua mediunidade pode fazer por você ? E
você por ela ?
Texto muito esclatecedor
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