Terreiro de Umbanda Vovó Catarina

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quarta-feira, 14 de setembro de 2016

Eclosão da Mediunidade e Síndrome da Mediunidade Reprimida

   


A mediunidade, sendo uma faculdade natural, eclode ou surge na época apropriada, definida no planejamento reencarnatório do indivíduo.  Natural, aparece espontaneamente, mediante constrição segura, na qual os desencarnados de tal ou qual estágio evolutivo convocam à necessária observância de suas leis, conduzindo o instrumento mediúnico a precioso labor por cujos serviços adquire vasto patrimônio de equilíbrio e iluminação, resgatando, simultaneamente, os compromissos negativos a que se encontre enleado desde vidas anteriores. 

Outras vezes surge como impositivo provacional mediante o qual é possível mais ampla libertação do próprio médium, que, em dilatando o exercício da nobilitação a que se dedica, granjeia consideração e títulos de benemerência que lhe conferem paz. Sem dúvida, poderoso instrumento pode converter-se em lamentável fator de perturbação, tendo em vista o nível espiritual e moral daquele que se encontra investido de tal recurso. A eclosão mediúnica pode, então,  ocorrer sob duas formas

      Ao analisar as condições de surgimento da mediunidade no ser humano, podemos afirmar que ela aparece e se desenvolve de forma cíclica, ou seja, processa-se por etapas sucessivas, em forma de espiral.

   As crianças a possuem, por assim dizer, à flor da pele, mas resguardadas pela influência benéfica e controladora dos Espíritos protetores, que as religiões chamam de anjos da guarda, nessa fase infantil as manifestações mediúnica são mais de caráter anímicos; a criança projeta a sua alma nas coisas e nos serem que a rodeiam, recebe as intuições orientadoras dos seus protetores, às vezes vê e denuncia a presença de Espíritos e não raro transmite avisos e recados dos Espíritos aos familiares, de maneira positiva e direta ou de maneira simbólica e indireta. Independente da persistência do fenômeno mediúnico, a criança deve ser encaminhada à Evangelização Espírita ,para ser auxiliada mais efetivamente o crescimento, a criança vai-se desligando cada vez mais do mundo espiritual, passando a se envolver com as ocorrências do plano físico e, em conseqüência, as manifestações mediúnicas vão-se escasseando. Fecha-se o primeiro ciclo mediúnico. Considera-se então que a criança não tem mediunidade, a fase anterior é levada à conta da imaginação e da fabulação infantis É geralmente na adolescência, a partir dos doze ou treze anos, que se inicia o segundo ciclo. No primeiro ciclo só se deve intervir no processo mediúnico com preces e passes, para abrandar as excitações naturais da criança, quase sempre carregadas de reminiscências estranhas do passado carnal ou espiritual. Na adolescência o seu corpo já amadureceu o suficiente para que as manifestações mediúnicas se tornem mais intensas e positivas. É tempo de encaminhá-la com informações mais precisas sobre o problema mediúnico. O passe, a prece, as reuniões de estudo doutrinário são meios de auxiliar o processo  (da eclosão da mediunidade), sem forçá-la, dando-lhe orientação necessária. O terceiro ciclo ocorre geralmente na passagem da adolescência para a juventude, entre os dezoito e vinte e cinco anos. É tempo, nessa fase, dos estudos sérios do Espiritismo e da Mediunidade, bem como da prática mediúnica livre, nos centros e grupos espíritas Há ainda o quarto ciclo, correspondente a mediunidade que só aparecem após a maturidade, na velhice ou na sua aproximação. Trata-se de manifestações que se tornam possíveis devido às condições da idade: enfraquecimento físico, permitindo mais fácil expansão das energias perispiríticas; maior introversão da mente, com a diminuição de atividades da vida prática, estado de apatia neuropsíquica, provocado pelas mudanças orgânicas do envelhecimento. Esse tipo de mediunidade tardia tem pouca duração, constituindo uma espécie de preparação mediúnica para a morte. Restringe-se a fenômenos de vidência, comunicação oral, intuição, percepção extra-sensorial e psicografia .É muito comum, nos momentos próximos à desencarnação, a ampliação das faculdades mediúnicas, sobretudo pela percepção de entidades espirituais. Podem ser momentos de grande beleza e alegria, se o Espírito cultivou o bem, ao longo da encarnação. Pode, no entanto, representar sofrimento para a criatura que não soube conquistar valores positivos, durante a experiência terrestre. O momento da eclosão da faculdade mediúnica no Espírito encarnado é de fundamental importância, uma vez que essa faculdade poderá proporcionar benefícios ao próprio encarnado e ao próximo, saem orientada e amparada fraternalmente. Deve-se considerar, no entanto, que nem sempre a pessoa é convenientemente assistida logo que desabrocham suas faculdades mediúnicas; seja por ignorância a respeito do assunto, o que é mais comum, seja por desinteresse ou desatenção dos familiares ou dos amigos. O certo é que, no inicio do seu desenvolvimento, os médiuns enfrentam muitos conflitos. Às vezes, não têm o menor esclarecimento da doutrina e nunca sequer transpuseram as portas de um Centro Espírita. Depois de tentarem solucionar os seus problemas pelos métodos convencionais (médicos, psicólogos) eis que recorrem, em última instância ao Espiritismo. Quando acontece assim, esses irmãos chegam completamente desnorteados à Casa Espírita, ainda sob o guante dos preconceitos religiosos que alimentaram por muito tempo. Devidamente orientados para um tratamento espiritual através de passes e reuniões de estudos evangélicos, revelam-se incrédulos, exigindo que o Espiritismo lhes resolva as dificuldades de um instante para outro! Perguntam por um Centro que seja mais forte... Dizem não acreditar na influência dos Espíritos. Afirmam que não querem ser médiuns. É natural que seja assim, porque se encontram em desequilíbrio psicológico. O dirigente espírita, ou aquele a quem couber a tarefa, necessita ter paciência e conquistar-lhe a confiança. Em outras ocasiões, os médiuns iniciantes por revelarem-se fascinados pelo entusiasmo excessivo, diante do impacto das revelações espirituais que os visitam de jato, solicitam o entendimento e o apoio dos irmãos experimentados, para que não se percam, através de engodos brilhantes. As Casas Espíritas oferecem campo para estudo e educação da mediunidade a todos aqueles que desejam servir na seara do Cristo nessa área. Auxiliar o médium na tarefa de desenvolver a sua faculdade mediúnica em benefício do próximo e de si mesmo não é tarefa fácil. Exige do dirigente espírita não apenas devotamento a esse gênero de atividade, mas lucidez mental para auxiliar, com bondade e paciência, principalmente a criatura que apresenta mediunidade que eclodirem bases provacionais. Devem compreender os dirigentes espíritas, sobretudo, que, no início da mediunidade, os médiuns topam com o escolho de terem de haver-se com Espíritos inferiores e devem dar-se por felizes quando são apenas Espíritos levianos. Toda atenção precisa pôr em que tais Espíritos não assumam predomínio, porquanto, em acontecendo isso, nem sempre lhes será fácil desembaraçar-se deles. É ponto esse de tal modo capital, sobretudo em começo, que, não sendo tomadas às precauções  necessárias, podem perder-se os frutos das mais belas faculdades. 

É fundamental que os orientadores espíritas, empenhados no trabalho de estudo e educação mediúnica, tenham consciência do que representa essa prática para saber auxiliar acertadamente. O orientador espírita necessita conhecer com segurança a Doutrina Espírita e as sutilezas da prática mediúnica; deve ser alguém que busca vivenciar os ensinos evangélicos, para poder transmitir ao médium iniciante, respostas esclarecedoras às dúvidas e conforto moral às suas alterações emocionais ou efetivas. A criatura, cuja faculdade mediúnica eclodiu, e que se dispõe a iniciar o seu exercício, deve ter consciência da importância e da significação dessa faculdade. Por isso mesmo, os amigos desencarnados, sempre que responsáveis e conscientes dos próprios deveres diante das Leis Divinas, estarão entre os homens exortando-os à bondade e ao serviço, ao estudo e ao discernimento, porquanto a força mediúnica, em verdade, não ajuda e nem edifica quando esteja distante da caridade e ausente da educação.”

Federação Espírita Brasileira

Como nós podemos observar no texto, a mediunidade pode eclodir independente de condições sociais e de idade, ou credo religioso. O despertar mediúnico é diferente e individual para casa um. Isso que dizer que cada um vai sentir e ter efeitos diferentes dos mais sutis, aos mais gritantes. Mediunidade enquanto faculdade natural pode surgir em suas variantes de tipos de modalidades a qualquer momento da vida de um indivíduo. Desde pequenas mudanças de humor a visão e transes repentinos mediúnicos.

Para algumas pessoas essa faculdade se manifesta de forma muito agressiva e descontrolada podendo trazer graves desarranjos para a vida do médium desde materiais a emocionais com crises de “loucuras aparentes”, depressão severa, agressividade, e fobia que podem gerar vários transtornos no cotidiano e vida social do médium. É comum numa eclosão mais violenta e ostensiva, com várias faculdades surgindo ao mesmo tempo. Ou seja, a pessoa passa a ver, ouvir, ter transes, súbitos desejos incontroláveis de escrever, muitas vezes ao ler o que escreveu, se surpreende com ideias que não fazem parte de sua natureza
Ou na maioria dos casos esse afloramento começa de forma sutil e quase imperceptível. Com sonhos freqüentes, processo de depressão profunda, sentimento de vazio, solidão, abandono, baixo estima, desamino pela vida, fortes instabilidade emocional, ideias estranhas que o conduzem a dizer e fazer certas coisas, crises de choro repentino ou euforia. Excesso de sono, ou insônia, alterações de peso e prostração,, entre vários outros indícios. 

Muitas vezes quando a mediunidade eclode em nós, somos zelosamente conduzidos “invisivelmente” por nossos irmãos espirituais a encontrar Searas Espiritualistas. O que infelizmente em muitas crenças é vista como “Cobrança de santo” ou “Surra de Santo”, como se estivéssemos devendo a Deus e o pagamento é cobrado por guias espirituais nos fazendo sentir tais sintomas. O que é um grande e ignorante equívoco. Estes efeitos quando relacionados a mediunidade, é algo natural, consequente de sua eclosão e falta de educação e equilíbrio no  campo  energético e não por castigo divino.

Porém muitas pessoas ao atestarem se tratar de mediunidade, ignoram totalmente suas faculdades. Muitas vezes por pré-conceito por idéias falsas ancoradas em crendices sem fundamento, credo religioso, e por não querer ter suas vidas modificadas por um compromisso doutrinário e religioso que envolveria um futuro trabalho dentro de searas espiritualistas.
Bom, não é o objetivo deste material, convencer ninguém a desenvolver ou estar tratando suas capacidades mediúnicas em centros espiritualistas, haja vista que todos somos dotados de livre arbítrio para escolher o que queremos ou não em nossas vidas, mas sim  relatar fatos. “

Infelizmente, a mediunidade não vem com nenhum botão de liga-desliga. Não há nada a ser feito que vá retirar a faculdade seja esta qual for de quem é médium. Ninguém deixa de ser médium e o somos 24 horas do dia. Isto implica que somos mais abertos e receptivos a contrair todos os tipos de energias. Somos aos espíritos perturbados; um ponto de luz num caminho escuro. Aos médiuns que possuem uma carga a mais de magnetismo e ectoplasma; os médiuns de cura e materializações, são mais “atrativos” a espíritos que vampirizam essas energias. Excesso de energias acumuladas, acabando obstruindo nossos pontos de força, podendo acarretar numa série de perturbações e em casos graves, até males físicos. Pessoas com um movimento maior de energias como os médiuns, podem propiciar maior acúmulo em pontos de saídas de energias.

Mas o que seria a Síndrome da Mediunidade reprimida? São os efeitos nocivos que podemos contrair quando ignoramos a manifestação de nossas capacidades mediúnicas, sejam conscientes ou inconscientemente. Como vimos acima sobre os sintomas mediúnicos, podemos perceber o quão é estreita a relação entre a mediunidade e nossa própria organização física. E por conta disso, muitos males de ordem física, emocional e psicológica podem se manifestar, incluindo um assédio maior por parte dos espíritos perturbados, por achar que podemos de alguma forma ajuda-lo ou simplesmente se sentem melhor estando ao nosso redor. Pois apesar de não saberem, é nosso magnetismo que ressona mais forte das demais pessoas, causando neles um efeito de aconchego e segurança. Como dito, a intensidade dessa eclosão é variável conforme cada um. Em casos mais severos podem causar sérios distúrbios de ordem psicológica podendo ocasionar um mal psíquico. Pior será se a pessoa conversar maus hábitos e for de duvidosa índole e amoral, ter vícios como o álcool, fumo, tranquilizantes ou drogas, ter sintonia com lugares de baixa vibração como motéis, bordeis, bailes regados a músicas que incitam a violência e a luxuria, etc. Tais locais são repletos de espíritos que vibram numa faixa muito negativa, onde aproveitam para vampirizar e se comprazer ao lado dos encarnados em seus atos de vícios, violência e luxúria sexual. E quando estamos com uma mediunidade aberta e descontrolada, é um perigo ao nosso bem estar, tanto material como espiritual, e, ainda mais quando estamos com a mediunidade reprimida.

Tema para discussão e reflexão

O que sua mediunidade pode fazer por você ? E você por ela ?

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