Em tempos de
Kardec, pela definição de Mediunidade e Médiuns no “Livro dos Médiuns”, de
1861, atribuiu-se todo e qualquer manifestação de caráter extrafísico como
mediúnico, e toda aquele que sentia a ação do plano espiritual, era médium,
como podemos ver nas transcrições do livro abaixo:
159. Todo
aquele que sente, num grau qualquer, a influência dos Espíritos é, por esse
fato, médium. Essa faculdade é inerente ao homem; não constitui, portanto, um
privilégio exclusivo. Por isso mesmo, raras são as pessoas que dela não possuam
alguns rudimentos. Pode, pois, dizer-se que todos são, mais ou menos, médiuns.
Todavia, usualmente, assim só se qualificam aqueles em quem a faculdade
mediúnica se mostra bem caracterizada e se traduz por efeitos patentes, de
certa intensidade, o que então depende de uma organização mais ou menos
sensitiva. E de notar-se, além disso, que essa faculdade não se revela, da
mesma maneira, em todos. Geralmente, os médiuns têm uma aptidão especial para
os fenômenos desta, ou daquela ordem, donde resulta que formam tantas
variedades, quantas são as espécies de manifestações. As principais são: a dos médiuns de efeitos físicos; a dos
médiuns sensitivos, ou impressionáveis; a dos audientes; a dos videntes; a dos
sonambúlicos; a dos curadores; a dos pneumatógrafos; a dos escreventes, ou
psicógrafos.
(Livro dos Médiuns, cap. XIV)
Porém
atualmente várias linhas de pensamento alegam que é preciso separar as
faculdades mediúnicas. Que há dois tipos de fenômenos que são de naturezas
diferentes, porém muito confundidos. E mediante a essa mesma linha, nem todos
por conseqüência são efetivamente médiuns. Entretanto, a crença
difundida ainda por Kardec e reforçada por vários outros autores, até os dias
de hoje, principalmente no meio espírita, de que todos são médium e todos os
fenômenos de cunho espiritualistas são mediúnicos faz parte do que é difundido
de uma forma geral. E embora não tomemos neste curso de que esta ou aquela
definição é errada, porém para nós, iremos considerar distinto, vários
fenômenos espirituais e seus mecanismos.
Mediunidade e Mediunismo
Ambos os
termos servem para designar capacidades que os seres humanos possuem para
interagir com o plano espiritual, para alguns autores há algumas interpretações
no que tange o Mediunismo. Esta seria a sensibilidade genética que todo ser
humano tem a ação e influencia dos espíritos, e os efeitos e relações da
movimentação energética tanto o que se recebe vindo externamente, quanto o que
se exterioriza voluntária e involuntariamente.
Enquanto que a mediunidade seria a faculdade que apenas algumas pessoas
mais sensíveis têm de produzir os fenômenos mediúnicos, comunicando-se e
trocando informações com os espíritos desencarnados, de forma evidente e
compreensível. Ou seja, o mediunismo refere-se a todas as manifestações e
capacidades extrafísicas, enquanto que a mediunidade, refere-se a uma restrita
faculdade de alguns em se comunicar de forma efetiva com os espíritos. E é
também esse entendimento que nos será apropriado e eficaz aos nossos estudos
nesta presente oportunidade.
Todos somos
médiuns ?
Como podemos
verificar até a presente leitura, comungamos da teoria de que nem todos somos
médiuns efetivamente, como outrora outros definiram. Nem todos possuem
faculdades mediúnicas em estado latente, esperando momento propício para
eclodir. Nem todos poderão servir-se de meio para comunicação que dependam de
faculdades desta natureza, as quais, sem elas, nenhum tipo de comunicação será
possível. E uma vez não tendo tais faculdades, nenhum tipo de desenvolvimento,
exercícios, labor em Searas de intercâmbio mediúnico servirá para despertar
algo que efetivamente não possui em si. Todos os tipos de desenvolvimento, não
são para criar médiuns, mas tão somente para auxiliar na eclosão e desenvolver
faculdades inerentes a determinada pessoa.
E
muitas vezes por assimilação de conceitos acima descritos que coloca a
mediunidade de forma genérica a abarcar todos os fenômenos espirituais, é que
muitos efeitos de nossa sensibilidade natural ás energias e espíritos que
circulam a nossa volta, são entendida como mediunidade despertando, e ação de
espíritos que muitas vezes não é. Mas sim fruto de nossa capacidade natural de
sentir o mundo de energias e fluidos a nossa volta. Alguns mais sensíveis que
outros, mas todos possuem tais sensibilidades.
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