O ritual do amaci na
Umbanda
A Umbanda
tem seus rituais e cerimônias próprias e conhecer essa ritualística faz com que
não confundamos com rituais de outras
religiões, como o candomblé por exemplo, religião que causa mais confusos e
misturas com nossas práticas. Até porque muitos zeladores de Umbanda têm suas
iniciações no Candomblé e acaba importando rituais muito distintos dessa crença
para a Umbanda. Não entremos no mérito de certo ou errado tal mistura, mas
entender que existe essas incorporações é importante para entendermos nossa
própria crença. Neste texto vamos falar sobre o amaci.
Este é um
ritual bem típico da Umbanda que tem o objetivo de fortalecer o médium através
da lavagem de sua coroa (cabeça) com sumo de ervas. Essas ervas geralmente são
consagradas a Oxalá e específicas para fins de aplicação na cabeça. Porém aos
médiuns consagrados a um orixá, pode incluir ervas de seu Orixá. Mas isso varia
de casa pra casa. O ritual consiste de evocações, cânticos, podendo incluir
oferendas ou não e um período de descanso antes da liberação do médium.
O amaci
propriamente dito diz respeito ao preparado de sumo de ervas, mas geralmente a
palavra é associada ao ritual em si na Umbanda. Porém em outros segmentos
religiosos, pode-se empregar a palavra para referir-se apenas ao sumo das
ervas. Não existe “receita” nem passo a
passo do ritual, que isso irá, novamente, depender de terreiro para terreiro e
suas raízes e escolas umbandistas. Existem tradições que usam além do sumo de
ervas, bebidas votivas aos orixás, como guaraná, sidras, cervejas. Porém nem
todos concordam com essas aplicações. E percebe-se que boa parte das casas adota
apenas o sumo de folhas sem a presença de bebidas, principalmente as de teor
alcoólico.
O amaci pode
também estar incluso em obrigações, como parte dos rituais pertinentes de uma
coroação por exemplo.
Um alerta
sobre ervas: as pessoas autodidatas costumam ler e pesquisar em livros e na net
sobre ervas e não é muito raro buscar ervas votivas a orixás e fazer banhos
para os mais diversos fins. Isso não é aconselhável. Primeiro que existem ervas
expostas nessas relações de internet que não são para banhos, além de ter ervas
que não são para serem usadas na cabeça. Não é porque uma erva pertence a
Oxalá, a Yemanjá que pode ser ministrada na cabeça para banhos. Fazer amaci
para aplicar na coroa alheia, ou em si mesmo, é algo de profundo fundamento que
somente pode ser feito por um zelador de Terreiro.
Ana Araújo
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