Terreiro de Umbanda Vovó Catarina

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sexta-feira, 27 de janeiro de 2012


Índios, Caboclos, Mestiços ou Médicos Astralinos?




Não temos como desassociar ao falar de nossos Caboclos, com a raça indígena, nativa de nossa terra.
Durante alguns anos de prática Umbandista, muitos foram os movimentos que se esforçaram, talvez veladamente, em camuflar os espíritos de descendentes ameríndios, com pseudo-identidades longe de tal legado; médicos, homeopatas do século dezenove, padres, espíritos vindo de outros planetas de um nível muito aquém das almas terrenas. Sem entrarmos no medito de certo ou errado, afinal não somos senhores da Verdade, mas apenas da nossa forma peculiar de entender sobre assunto de tamanha importância.
Quem seria somos Caboclos? Nossa casa detém a crença de que foram espíritos que estiveram em contato direito com a cultura indígena. Ao estarmos louvando, cantando, dançando para estes espíritos, estamos fazendo uma viagem no tempo, reverenciando os antepassados de nossa terra, nossos familiares antepassados e toda a sabedoria ancestral que há por trás de séculos e séculos de construção cultural e espiritual, que embora massacrada pelo poderio de nossos colonizadores, se permanecem intactas dentro das mentes e consciências daqueles que fizeram parte dessa história humana.
         Quando invocamos nossos caboclos estão buscando pra junto de nós séculos de uma sabedoria que o tempo humano esqueceu e deixou para trás, mas na consciência coletiva espiritual não. Então louvar a Caboclos é louvar todo um povo e seus descendentes, é louvar a nós mesmos. Pois haver que como espíritos antigos que fomos, nunca vivemos dentro da sociedade ameríndia é um tanto ingênuo de nossa parte.
         O modo de vida tribal já foi de todos os nossos antepassados comuns, sejam na África – berço de nossa atual civilização- seja nas Américas, seja nas Oceania. Desse modo, a Umbanda além de tantas outras coisas, não deixa de ser um culto aos antepassados de nossa terra, a nós mesmos em tempos pretéritos.      
Quando os Negros chegaram no Brasil, numa terra estranha, diferente e distante de seu lar, a ajuda e interação com os índios, foi visceral para que pudesse ser estrutura formas e elementos sagrados e litúrgicos para que se pudesse promover a adaptação de folhas, frutas, grãos, sementes, já que no Brasil não poderia oferecer os mesmos recursos naturais. Foi através da sabedoria dos donos da terra, que os Africanos, conseguiram de forma eficaz, estabelecer associações e substituir elementos por outros de similar padrão vibracional. Então essa contribuição foi fundamental para que o Candomblé existisse hoje com todos os seus fundamentos. A sabedoria indígena foi fundamental para toda religião de cunho magístico natural energético, pois sem o conhecimento dos indígenas, ficava muito difícil, saber e conhecer as plantas, arvores e sementes para que pudessem co-relacionar e substituir pelas que somente havia na África.

Todas as vezes que vem um caboclo num terreiro, ele não vem sozinho, mas traz toda uma sabedoria secular dele e seu seus antepassados, de seu núcleo família, que infelizmente, muito deixam de solver tal sabedoria, por querer olhar para o futuro, para o cosmo, para órion, quando na verdade a essência da Umbanda, está no passado, na sabedoria do índio, do africano, das magias e misticismo dos europeus trazidos pelos exus.
Eles nos trazem sabedoria, filosofia, remédios para nossa alma, força para que possamos, como um grande caçador, desfiar dos obstáculos de trazer a nutrição a nós e a nossa família. É o respeito pela mulher, pelos mais velhos, e a força desbravadora de nossos caminhos para nutrir a fome, e a sabedoria dos mais velhos para combater doenças, para querer feitiço mandados, e a sabedoria de lidar com os elementos da terra essencialmente, das águas, do fogo, do ar. Pois aprendeu a fazer do meio natural, aliados para uma vida de fartura e abundancia.
Os Caboclos são espíritos da terra, das águas, da mata, da integração com o negro absorvendo outra cultura sem jamais perder a sua própria. É a seriedade, o labor rigoroso, mas amigo, o caçador que nos ajuda a abrir nossas oportunidades de provisões, de sustendo para nossa família.
         As Caboclas: grandes mães que ajudam a gerar e a nutrir os filhos, pequenos descendentes de seu sangue, trazem a doçura, os bons conselhos, conhecimento do ofício medicinal para os problemas simples do cotidiano.

Que todos os Caboclos possam partilhar conosco essa mesa feito com o que temos de melhor: nosso amor, carinho, respeito e gratidão a todas os caboclas e caboclos de umbanda.  



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